Citado em depoimentos, ex-chefe da Casa Civil tem nome vinculado a esquemas no Detran
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07/03/2018 - 09:16
paulo taques
Escritório de Paulo Taques passou a representar EIG Mercados a partir de outubro de 2014GLÁUCIO NOGUEIRAA GazetaEm depoimentos prestados à Polícia Civil e ao Ministério Público Estadual, dois investigados na Operação Bereré afirmaram terem ouvido de representantes da EIG Mercados Ltda (antiga FDL Serviços) que o escritório de advocacia que tem como um dos sócios o ex-secretário Paulo Taques seria o responsável por tratar de assuntos relacionados à empresa em Cuiabá.A EIG está no centro da investigação que apura o pagamento de propina a diversas pessoas por conta de um contrato firmado com o Departamento Estadual de Trânsito (Detran/MT). Taques nega ter advogado para a empresa.No último dia 19, o empresário Roque Anildo Reinheimer, sócio da Santos Treinamento, empresa supostamente utilizada para o repasse da propina, foi ouvido pelos delegados e promotores do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco). O episódio narrado por ele teria ocorrido em janeiro de 2015, quando a FDL parou de fazer os repasses à Santos Treinamento, segundo Roque após uma rescisão fraudulenta do contrato firmado entre elas. Ao procurar, em Brasília, o diretor da empresa, José Kobori, ele foi informado por uma pessoa que se identificou como advogado da companhia que eventuais prejuízos deveriam ser discutidos na Justiça e que “todos os assuntos relacionados à empresa FDL/EIG em Cuiabá fossem tratados no escritório de advocacia do chefe da Casa Civil, com o senhor Paulo Taques”.Roque afirmou que recebeu do representante da EIG uma procuração de subestabelecimento em nome de Pedro Jorge Zamar Taques, irmão de Paulo. Roque teria procurado Paulo Taques na Casa Civil, mas, nas palavras dele, acabou sendo intimidado e decidiu ingressar na Justiça para anular o rompimento contratual.Em outro depoimento, este prestado no dia 20 à Polícia Civil, outro investigado, Marcelo da Costa e Silva relatou ter ouvido de Kobori, no final de 2014, que as questões administrativas e políticas ficariam com o diretor, uma vez que ele tinha estudado com o Jorge Taques, irmão do ex-secretário, que ele tinha sido advogado de Kobori em um processo de divórcio. As declarações de Kobori para Marcelo foram confirmadas quando ele descobriu a procuração datada de 6 de outubro de 2014.O processo movido por Roque para reverter a rescisão do contrato entre a EIG e a Santos Treinamento foi extinto após um acordo feito pelo irmão de Marcelo, com Claudemir Pereira dos Santos, o “Grilo”, e que, após isso, chegou a protocolar uma denúncia na Assembleia Legislativa contra Marcelo, Paulo Taques e uma terceira pessoa