Quadrilha que roubou e vendeu R$ 400 milhões em peças tinha ramificação em MT

Redação   A cidade de Sinop (cerca de 500 Km de Cuiabá), na Região Norte do Estado, foi um dos alvos de operação da Polícia Federal (PF), nesta quarta-feira (18), com vistas a desmantelar quadrilha, comandada a partir de presídios, que operava no roubo e desmanche de veículos cujas peças eram vendidas através de notas frias.    A  Operação Verus Dominus da PF foi desencadeada na manhã desta quarta-feira, 18 e abrangeu vários Estados, inclusive Mato Grosso.   Segundo a PF, a ação tem como foco pessoas físicas e jurídicas, especialmente galpões que podem estar sendo utilizados pela quadrilha para guarda e adulteração de veículos.    O esquema criminoso conta com o aval de facção criminosa que opera nos presídios paulistas, informou a corporação. O nome da operação, Verus Dominus, significa "verdadeiro dono" em latim, diz a PF, e faz referência a um dos pilares da investigação.    A operação faz 15 buscas em endereços das cidades de Arapiraca (AL), Barreiras (BA), Goiânia e Aparecida de Goiânia (GO), Castelo (ES), Sinop (MT), Erechim (RS) e São Paulo, Guarulhos e Mogi das Cruz (SP).    A corporação informou que caso sejam encontradas partes de veículos em situação irregular nos endereços vasculhados, há a possibilidade de realização de prisões em flagrante por receptação, formação de quadrilha e adulteração de sinais de veículos automotores. Cerca de 60 agentes participam das ações, incluindo policiais rodoviários federais especialistas em identificação veicular.    Os mandados foram expedidos pela 2ª Vara de Organizações Criminosas e Lavagem de Dinheiro do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP).    A Polícia Federal indicou que a investigação teve início a partir da troca de informações entre Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Em diligências realizadas no curso da apuração, intervenções policiais nas rodovias federais revelaram que diversas partes de veículos estavam sendo encaminhadas a outros Estados, com base em notas fiscais falsas.    O esquema é conhecido como de "empresas noteiras", que existem só no papel e são utilizadas de maneira criminosa para emitir documentos fiscais, com o objetivo de registrar a saída de mercadorias, informou a corporação.    "Esse esquema é muito utilizado para acobertar cargas roubadas, como as que foram identificadas durante a investigação", afirmou a PF em nota. De acordo com a investigação, é possível que as emissões de notas fiscais no caso alcancem valores superiores a R$ 400 milhões.