- Home Page
- Cidades
- CONTA BLOQUEADA: Empresário acusado de participar de esquema suspeito de desviar R$ 9,5 milhões da AL tenta liberar R$ 116 mil, mas juiz não concede
CONTA BLOQUEADA: Empresário acusado de participar de esquema suspeito de desviar R$ 9,5 milhões da AL tenta liberar R$ 116 mil, mas juiz não concede
|
12/04/2020 - 10:44
JUIZ
REDAÇÃO
O juiz Bruno D'Oliveira Marques, da Vara Especializada em Ação Cível Pública de Cuiabá, indeferiu, na segunda-feira (30), pedido de substituição de bens bloqueados, feito por Edilson Guermandi de Queiroz, suspeito de participar de um suposto esquema que desviou mais de R$ 9 milhões na Assembleia Legislativa (ALMT). O suposto esquema foi descoberto em 2015 pela operação Ventríloquo, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Uma decisão liminar anterior decretou a indisponibilidade de bens de Edilson Guermandi no valor de R$ 738 mil. Na ocasião, foram bloqueados alguns imóveis e encontrados R$ 116 mil nas contas bancárias do empresário.
Edilson, então, solicito a liberação dos bens e do valor sequestrado à Justiça e ofereceu a substituição pela constrição da cota parte correspondente a 75% de uma propriedade localizada em Juína, avaliada em R$ 1,153 milhão. “O requerido em nova manifestação reiterou o pedido de substituição dos bens e acostou aos autos anuência da esposa acerca do imóvel indicado (...) o Ministério Público manifestou novamente de forma contrária. Compulsando os autos verifico que a decisão liminar decretou a indisponibilidade de bens do requerido no patamar de R$ 738.888,00. Além dos imóveis indisponibiliszdos, foi bloqueada a quantia de R$ 116.724,92 via sistema BACENJUD, e bloqueio de veículos via RENAJUD”, destacou em trecho da decisão.
O juiz constatou que o imóvel apontado já possui anotação de sequestro, ou seja, foi bloqueado em outras ações, "fato que demonstra que o imóvel não encontra livre de ônus". "Além disso, verifico que há uma discrepância entre o valor trazido na avaliação realizada pelo requerido, qual seja, R$ 1.153.000,00 com aquele apontado na matrícula do imóvel", complementou o magistrado.
Além de Edilson Queiroz, são réus na ação o ex-deputado José Riva, o deputado Romoaldo Júnior, Luiz Márcio Bastos Pommot, Anderson Flavio de Godoi, Odenil Rodrigues de Almeida, Francivaldo Mendes Pacheco, Gilmar Donizete Fabris, Mauro Luiz Savi, Claudinei Teixeira Diniz, José Antonio Lopes, Júlio Cesar Domingues Rodrigues, Cleber Antonio Cini, Ana Paula Ferrari Aguiar, Marcelo Henrique Cini, Leila Clementina Sinigaglia Daroit e Valdir Daroit.
VENTRÍLOQUO
A Operação Ventríloquo apurou esquema de desvio de cerca de R$ 9,5 milhões da Assembleia Legislativa por meio do pagamento de uma dívida do parlamento com o banco HSBC. Na ocasião, após cerca de 20 anos de batalha judicial - com ganho de causa para o banco -, os líderes do parlamento resolveram procurar o representante jurídico do banco em Mato Grosso, advogado Joaquim Mieli, e ofereceram um acordo. Pagariam R$ 9,5 milhões, em troca de devolverem 50% aos deputados.
A fraude contou com a participação de servidores do parlamento. O esquema foi desvendado após delação premiada de Joaquim Mieli, que foi reforçada pela colaboração de Júlio César Domingues Rodrigues - apontado como lobista da fraude - e também com a confissão de José Riva.