APÓS 18 ANOS: Demorou para quadrilha que vendia CNH no Detran de MT em 2002 vir a ser condenada agora em 2020

APÓS 18 ANOS: Demorou para quadrilha que vendia CNH no Detran de MT em 2002 vir a ser condenada agora em 2020 CARTIRAS
Redação   Cerca de 18 anos depois de terem ocorrido, ou seja, no ano de 2002, fraudes de venda de  Carteira  Nacional de Habilitação (CNH) culmina agora, em 2020, com a condenação dos envolvidos.    Uma quadrilha composta por agentes públicos, empresários e agenciadores de clientes atuava na estrutura do órgão estadual de trânsito de Mato Grosso.    Demorou quase duas décadas, mas sentença contra o bando  saiu no último dia 22 deste mês e é de autoria do juiz da Vara de Ação Civil Pública e Ação Popular do Tribunal de Justiça (TJ-MT), Bruno D’Oliveira Marques.   O esquema funcionava em dois núcleos, um de servidores e o outro, formado por pessoas de fora do serviço público, mas que se acumpliciaram para cometer os crimes    Do grupo de servidores, foram condenados o ex-coordenador do setor de habilitação do Detran/MT, João Yukuyoshe Shimada, o médico credenciado junto ao Ciretran, Manoel Loureiro Neto, e o estagiário do Detran à época, Danilo Raphael das Neves.    Da decisão do magistrado, consta a ordem para que todos eles percam a função pública e sejam exonerados, além da suspensão dos direitos políticos por 3 anos, e  estão proibidos de contratar com o Poder Público também por 3 anos.    Ainda terão que pagar uma multa  tendo como referência um salário recebido por Shimada, acrescido de correção monetária e juros.   Já do núcleo que atuava na outra ponta, foram condenados os empresários Marlene Fátima Rodrigues e Altair Libério Pinto Júnior, proprietários da autoescola “Hobby”, que fazia parte do esquema, além de Abel Marques da Silva e Daniel Rodrigues Pereira, responsáveis por aliciar pessoas para  comprar as CNHs.    Cada um terá que pagar uma multa referente a um salário de João Yukuyoshe Shimada, bem como estão suspensos de contratar com o Poder Público. O credenciamento da autoescola foi suspenso por 3 anos.   O esquema só foi descoberto porque um homem que estava interessado em tirar de forma legal uma CNH categoria “D”,  isso em outubro de 2002, estranhou a proposta da autoescola “Hobby”, localizada em Cuiabá, e denunciou o caso à polícia.   De acordo com a denúncia, os representantes da autoescola informaram que, mediante o pagamento de R$ 1.200,00, o pretendente a ter a habilitação receberia a cartaeira sem precisar de realizar aulas práticas ou mesmo exames médicos.    “Relata que por volta do mês de outubro de 2002, a pessoa de Ezequiel Valadão recebeu a proposta dos proprietários da Autoescola e Despachante Hobby, instalada nesta cidade, que lhe ofereceram carteira de habilitação categoria “D”, pelo valor de R$ 1.200,00, sem necessidade de que ele fosse submetido a quaisquer exames e aulas práticas, contrariando disposição legal”, diz trecho da decisão.   Segundo os autos, os proprietários da autoescola “Hobby” – Marlene e Altair -, eram responsáveis pela montagem do processo de requisição da CNH.    Despois da entrada do pedido no Detran, entrava em cena o então estagiário Danilo Raphael das Neves  que inseria dados falsos no sistema do Detran.    Já o médico Manoel Loureiro Neto preenchia o sistema da habilitação com informações inexistentes de exames médicos.    Quanto ao ex-coordenador do setor de habilitação do Detran/MT, João Yukuyoshe Shimada, era o responsável por cnancelar a fraude por meio de alterações no prontuário do órgão.   “Resta evidenciado de modo claro a participação dos requeridos supracitados no esquema de emissão irregular de carteira de habilitação, conduta essa que atenta contra os princípios da legalidade e moralidade, além de violar os deveres de honestidade e lealdade às instituições”, concluiu o juiz.