EXPLORAÇÃO DA FÉ: Dono de terras em MT e de fortuna bilionária, Valdemiro Santiago é acusado de vender semente “milagrosa” por até R$ 1 mil, que cura a covid
EXPLORAÇÃO DA FÉ: Dono de terras em MT e de fortuna bilionária, Valdemiro Santiago é acusado de vender semente “milagrosa” por até R$ 1 mil, que cura a covid
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09/05/2020 - 12:51
VALDOMIRO
REDAÇÃO
Venerado por seus seguidores como “apóstolo”, Valdemiro Santiago está na mira do MPE, acusado de vender uma semente “milagrosa” que, segundo ele, cura a covid-19.
O “apóstolo” Waldemiro possui grandes extensões de terras em MT, além de muitos outros bens amealhados supostamente com a exploração da fé de pessoas simples e ingênuas, a grande maioria delas de baixa renda e pouca instrução.
Santiago, que agora oferece as sementes pelo valor de até R$ 1 mil reais a porção, já vendeu antes, através de suas pregações “religiosas”, pedacinhos de um lenço que continha suor de seu rosto impregnado no tecido. Segundo informações, não sobrou um fiapo sequer de pano.
Agora, o procurador Wellington Saraiva pediu ao Ministério Público de São Paulo que denuncie o pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, por suposta prática de estelionato. O pedido veio após o pastor prometer uma falsa cura ao coronavírus por meio do uso de sementes vendidas por ele.
Em vídeo publicado no YouTube, o pastor garante o suposto benefício de uma semente de planta e pede o "propósito de R$ 1 mil" por ela, além de mostrar um suposto exame que comprovaria que uma pessoa teria se curado da covid-19 após usar uma das sementes. Elas estavam à venda no site oficial da Igreja Mundial.
Na notícia-crime encaminhada ao Ministério Público, o procurador argumenta que, por envolver comercialização, o ato não se encaixa como prática religiosa. "Não se trata de relação mística com as vítimas, mas de contrato sinalagmático. Não basta ter fé nem ser seguidor do noticiado. Não se admitem casos de fiéis sem condições econômicas, ainda que plenos de fé, receberem o produto. As sementes só serão entregues àqueles que exibirem o comprovante de pagamento".
O ofício também aponta que o uso de influência religiosa e da mística da religião para obter vantagem pessoal (ou em benefício de entidades), mediante artifício, sem resultado, fica clara pelo contexto da gravação.