FEIJÃO MÁGICO: MPF pede retirada do ar de vídeos de líder de Igreja que vende sementes com promessa de cura da Covid

FEIJÃO MÁGICO: MPF pede retirada do ar de vídeos de líder de Igreja que vende sementes com promessa de cura da Covid FEIJÃO MILAGROSO
REDAÇÃO O MPF (Ministério Público Federal) solicitou hoje (11) que o YouTube retire do ar vídeos nos quais o pastor Valdemiro Santiago, líder da Igreja Mundial do Poder de Deus, anuncia uma falsa cura para o novo coronavírus por meio da venda de sementes de feijão. O órgão deu prazo de cinco dias para a empresa tomar as devidas providências. Venerado por seus seguidores como “apóstolo”, Valdemiro Santiago está na mira do MPE, acusado de vender uma semente “milagrosa” que, segundo ele, cura a covid-19.  No vídeo, publicado em 1º de maio, o pastor fala do suposto benefício de uma planta e pede o "propósito de R$ 1 mil" por ela. Ele mostra suposto exame que comprovaria que uma pessoa teria se curado da doença após utilizar a semente, embora não especifique qual planta é. O MPF solicitou que, além de retirar do ar, o YouTube mantenha a íntegra do vídeo preservada e salva em arquivos da empresa, assim como levantamento sobre a quantidade de acessos. O intuito é utilizar os dados para futuras providências de responsabilização. Na última semana, o órgão enviou uma notícia-crime ao Ministério Público do estado de São Paulo pedindo que Valdemiro seja denunciado por suposta prática de estelionato. "Para a Procuradoria, está claro o uso de influência religiosa e da mística da religião para obter vantagem pessoal (ou em benefício da IMPD), induzindo vítimas em erro, pois não há evidência conhecida de cura da covid-19 por meio de alguma divindade nem por ingestão ou plantação de feijões mágicos", diz o MPF. PICARETA O “apóstolo” Waldemiro possui grandes extensões de terras em MT, além de muitos outros bens amealhados supostamente com a exploração da fé de pessoas simples e ingênuas, a grande maioria delas de baixa renda e pouca instrução. Não há cura ou mesmo vacina para a covid-19 confirmada até o momento pela OMS (Organização Mundial da Saúde). A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) também afirma que não há remédio aprovado para a doença no momento, e que propagandear falsas curas pode ser passível de punição.