Consumidores de MT que lideravam compras “sumiram” da fronteira e Casa China fecha as portas
Consumidores de MT que lideravam compras “sumiram” da fronteira e Casa China fecha as portas
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03/06/2020 - 11:56
Shopping China
Mário Marques de Almeida
Com o fechamento da fronteira com o Brasil, na região de Ponta Porã (MS), que é separada apenas por uma rua da vizinha cidade de Pedro Juan Caballero, no Paraguai, o comércio do outro lado está indo à falência, pelo fato que os lojistas paraguaios, em sua grande maioria, não têm para quem vender.
Isso porque, o comércio de Pedro Juan é movimentado basicamente por brasileiros, entre o quais um contingente enorme de pessoas de Mato Grosso, de várias cidades deste Estado que antes da pandemia do Coronavírus e do fechamento do acesso à cidade paraguaia, por determinação das autoridades daquele país, deixaram de percorrer cerca de 1.100 quilômetros, considerando Cuiabá como ponto de partida, para fazer compras no Paraguai e passear.
Esse fluxo de turistas que “entupiam”, desde pequenos camelôs à grandes lojas e magazines não se desloca mais para lá, seja em função dos obstáculos e restrições impostas pelo fechamento da fronteira ou por conta da crise econômica que também afeta drasticamente o poder de consumo das famílias mato-grossenses.
Levantamento da Câmara de Comércio de Pedro Juan Caballero aponta que turistas das cidades de Mato Grosso, principalmente de Cuiabá e outras comunidades mato-grossenses consideradas pólos regionais, constituíam o maior número de pessoas do Brasil a visitar o lado de lá da fronteira.
A Casa China, por exemplo, a terceira maior loja de departamentos do mundo e a maior da América Latina, que antes vivia lotada de pessoas provenientes de Mato Grosso, com o estancamento do tour àquela cidade, hoje está com suas atividades fechadas. Somente essa loja já despediu cerca de 3 mil funcionários (a maioria, paraguaios), segundo informações de entidades representativas da economia de Pedro Juan Caballero.
O mesmo ocorrendo em toda a rede comercial daquela cidade, que também desempregou, no total, pelo menos 15 mil trabalhadores.
Em função da crise aguda gerada na região, comerciantes paraguaios, com apoio da população local, inclusive do lado brasileiro, estão fazendo manifestos em que pedem a abertura imediata da fronteira, mas se posicionam, no entanto, favoráveis às regras e protocolos de prevenção à Covid-19.