Pandemia avança para o interior e apavora populações locais e gestores em MT

Pandemia avança para o interior e apavora populações locais e gestores em MT covid-19-1.jpg
Mário Marques de Almeida Pequenas cidades mato-grossenses que não possuem leitos de UTIs com equipamentos médicos necessários ao atendimento adequado às pessoas infectadas pelo Coronavírus e que eventualmente necessitam de internação, enfrentam o pavor da população e de gestores municipais preocupados com a interiorização da pandemia. Perfazendo, aliás, um ciclo que a Covid-19 vem realizando em todo o país, com o vírus atacando primeiro os grandes centros urbanos e daí se espalhando pelas comunidades menos habitadas. O temor aumenta, quando se sabe que Mato Grosso ultrapassou a marca de 100 mortes e a tendência, infelizmente, é que esse número de óbitos, doravante, acelere sua escalada. Um exemplo claro dessa preocupação é o fechamento total do comércio e a decretação de toque de recolher determinado pela prefeitura da pequena cidade de Canabrava do Norte, situada a 1.215 km a nordeste da Capital. Com apenas 5 casos confirmados entre seus 4.743 moradores, Canabrava do Norte – que, por sinal, se orgulha de ter uma estrutura de saúde aparelhada em se tratando de uma cidade pequena - adotou medidas drásticas para conter o avanço da doença. Em que pese o Governo do Estado, a partir de Cuiabá e de cidades-pólos ter mobilizado uma estrutura razoável para enfrentar o avanço da pandemia, tendo ampliado o número de leitos na rede pública de saúde e disponibilizado meios para a transferência de pacientes de localidades menores para os centros mais aparelhados, inclusive por UTIs aéreas, mesmo assim, a Covid-19 entrou no rol das preocupações maiores de municípios pequenos, nos quais a rotina, antes do impacto da pandemia, era marcada por outras demandas, como a de manter, por exemplo, estradas vicinais trafegáveis... De uma hora para outra, essa agenda típica de comunidades interioranas deixou de ser prioridade – o que importa agora é retardar a caminhada do vírus! Enquanto não surge vacina e medicamento eficaz, sem risco de efeitos colaterais às vezes mais nocivos que a própria enfermidade.