Pacientes com casos graves da Covid-19 podem morrer em MT por falta de UTIs
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28/06/2020 - 05:01
RESPIRADORES UTI
Por Mário Marques de Almeida
Com taxa de ocupação de UTIs chegando a 94,5%, passa a ser real o risco de ocorrer óbitos pela falta de leitos adequados para o tratamento da enfermidade, além de medicamentos que já estão faltando nos estoques das redes pública a particular de saúde.
Mesmo sem estar ainda no pico da pandemia, o Coronavírus dispara no Estado e, nas últimas 24 horas, surgiram 736 novas confirmações e foram notificadas 29 mortes causadas pela doença, em Mato Grosso.
Para chegar e esse estágio de calamidade, que remete ao que ocorreu e ocorre no Amazonas e outras regiões do país, onde a gravidade da pandemia não foi devidamente avaliada, fatores como resistências de muitas autoridades em decretar e garantir medidas de isolamento coletivo, enfrentando à altura as pressão de setores pedindo a abertura, e a própria resistência de grande parte da população para cumprir eventuais quarentenas que foram timidamente decretadas, aqui e acolá, levaram a que Mato Grosso chegasse ao ponto dramático de quase colapso em seu já anteriormente precário sistema de saúde – uma anomalia histórica, alías, que não afeta apenas este Estado, mas se espraia pelo Brasil afora, salvo poucas e honrosas exceções.
Está aí o resultado do que se pode chamar de uma tragédia anunciada, traduzido pelos números assustadores da Secretaria de Estado de Saúde que notificou, até a tarde deste sábado (27), 14.128 casos confirmados do vírus no Estado.
No total, são 533 mortes em decorrência do coronavírus em Mato Grosso.
As 29 mortes mais recentes são de pessoas que moravam em Cuiabá, Pontes e Lacerda, Várzea Grande, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Jaciara, Cáceres, Primavera do Leste, Porto Esperidião, Barra do Garças, Sinop, Novo Mundo e Tangará da Serra.
Dentre os 20 municípios com maior número de casos de Covid-19, estão Cuiabá (3.394), Várzea Grande (1.120), Rondonópolis (1.068), Sorriso (636), Primavera do Leste (554), Tangará da Serra (528), Lucas do Rio Verde (497), Nova Mutum (390), Sinop (372), Campo Verde (320), Pontes e Lacerda (314), Confresa (309), Cáceres (242), Barra do Garças (194), Campo Novo do Parecis (190), Querência (178), Alta Floresta (145), Nossa Senhora do Livramento (141), Colíder (136) e Sapezal (131).
A área técnica da secretaria esclareceu que foram corrigidas 14 ocorrências de duplicidade no sistema. Além disso, um caso anteriormente notificado em Tangará da Serra foi reposicionado para Campo Novo; outro de Várzea Grande foi para Poconé e um de Nova Bandeirantes foi para Peixoto de Azevedo.
As correções levam em consideração os municípios de residência dos pacientes.
Dos 14.128 casos confirmados da Covid-19 em Mato Grosso, 7.975 pacientes estão em isolamento domiciliar e 5.040 estão recuperados.
Entre casos confirmados, suspeitos e descartados para a Covid-19, há 225 internações em UTI e 262 em enfermaria.
A taxa de ocupação está em 94,5% para UTIs e em 32,1% para enfermarias.
Considerando o número total de casos em Mato Grosso, 50,5% dos diagnosticados são do sexo feminino e 49,5% masculino.
Além disso, 3.839 pacientes têm faixa etária entre 31 e 40 anos.
Um total de 17.408 amostras já foram avaliadas pelo Laboratório Central do Estado (Lacen-MT) e, atualmente, restam 1.233 amostras em análise laboratorial.