FIM DE PAPO: Críticas contra desmatamentos lideradas pelo agro e banqueiros não podem ser mais taxadas como bandeira de esquerda ou de “comunistas”

FIM DE PAPO: Críticas contra desmatamentos lideradas pelo agro e banqueiros não podem ser mais taxadas como bandeira de esquerda ou de “comunistas”
Por Mário Marques de Almeida A pressão interna e externa de amplos setores da sociedade e entidades empresariais, provocada pelo aumento assustador da degradação ambiental na Amazônia Legal, que abrange território mato-grossense, ao Norte, e mais oito estados, ampliou no País o sentimento que a devastação precisa ser contida – e logo! A causa ambientalista não é mais uma luta isolada de setores da sociedade brasileira, até então vista como uma bandeira de esquerda. Se era, deixou de ser! Grilagens desenfreadas de terras da União e de reservas indígenas, garimpos, extração clandestina (roubo) de madeira, desmatamentos e queimadas ilegais, estão sendo duramente criticados – quem diria! – por segmentos da elite financeira e empresarial do país, inclusive pela agropecuária – setor que gera superávits em alta escala para a economia, tão ou mais importantes no atual período, de crise sanitária e econômica, uma puxando a outra e as duas, sinalizando recessão. Esses grupos do chamado grande capital, que hoje pressionam o governo federal e dos estados amazônicos, cobrando medidas duras contra a avalanche de destruição do bioma de florestas, não podem ser taxados, obviamente, de “comunistas”! Por óbvio, essas organizações empresariais e suas entidades de classe, que falam grosso e detêm poderio econômico, financeiro e político, estão no chamado “andar de cima” do espectro social do Brasil e do mundo, ou seja, em outro polo que não o dos ambientalistas. Estes, movidos apenas pela força de seus ideais e que há anos vêm clamando providências contra o massacre sobre os recursos naturais e miserabilização crescente das populações locais. É nesse contexto de defesa da natureza, antes restrita a valorosos militantes ecológicos e suas entidades de proteção da flora e da fauna, via de regra atacadas, até há pouco tempo, por muitos integrantes desse patronato que hoje se curva à realidade de uma descomunal tragédia ambiental (antes tarde do que nunca!, seria caso para se dizer?).  E agora, juntam suas vozes à das ongs, no que estão ampliando e reverberando contra a sanha destrutiva do patrimônio natural da Amazônia que, aliás, vem sendo vítima de degradação há pelo menos cinco décadas. Com ênfase maior, nos últimos dois anos! Mário Marques de Almeida é diretor do site e jornal Página Única.