Sob Salles, a impunidade reinou e garantiu lucros para desmatadores
Sob Salles, a impunidade reinou e garantiu lucros para desmatadores
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14/07/2020 - 04:09
Por Mário Marques de Almeida
Em tempo: Antes que me acusem de “ecoxiita”, informo que não compartilho com a tese amplamente propalada que a Amazônia é “pulmão do mundo”, por sua suposta capacidade de regenerar o ar do planeta. Nunca engoli essa história, por achar que contenha exagero em sua narrativa de que a imensa floresta tropical, embora seja a maior do mundo, tenha todo esse potencial de oxigenação em termos globais. No entanto, estou convicto que a devastação desse bioma - e por isso, escrevo - que vem se processando ao longo de décadas e foi acelerada na gestão do presidente Jair Bolsonaro, precisa ser contida de imediato porque tem um efeito altamente negativo na própria região onde se localiza, ou seja, na América do Sul, alterando ciclos das chuvas, dificultando a respiração das pessoas e agravando a qualidade de vida de tantos quantos habitam este hemisfério.
Também, não sou contra a exploração econômica sustentável desse ecossistema, desde que feita com práticas adequadas e seletivas de manejo e sob fiscalização correta de órgãos competentes.
Daí, lembrar que os fatores que levaram o meio ambiente de Mato Grosso e do País à beira do precipício são conhecidos e derivam da sanha destruidora implementada contra o ecossistema pelo ministro Ricardo Salles, da pasta do Meio Ambiente.
Sob sua gestão e com aval do presidente Jair Bolsonaro, fiscais e agentes do Ibama, por exemplo, foram impedidos de cumprir suas missões para coibir desmates e queimadas ilegais, mesmo com o órgão tendo recebido alertas de que esses crimes estavam ocorrendo. Não faltam denúncias nesse sentido, apontando que a tragédia ecológicabrasileira foi acelerada de forma criminosa, a partir de cima para baixo.
Mais ainda: agentes públicos chegaram a ser exonerados porque, no cumprimento da lei e de suas funções ousaram reprimir infratores do meio ambiente.
Pagaram com o desemprego por serem zelosos e não fazer de conta que não havia nada de errado nos flagrantes de derrubadas de matas e vegetação, feitos sem autorização legal.
Sob Salles, um dos instrumentos mais eficazes para evitar a degradação de áreas, que é o embargo das mesmas, impedindo que sejam beneficiadas economicamente, reduziram drasticamente.
O que representou, além da impunidade, caminho aberto para a lucratividade com as práticas antiambientalistas, mediante a devastação dos biomas brasileiros, em especial, da Amazônia.
Com isso, o desmatador acabou sendo “premiado” pelo crime ambiental, pois passou a ter vantagem econômica com a exploração liberada das áreas desmatadas ilegalmente.