GESTÃO EM RONDONÓPOLIS: Como agregar de Bolsonaro a Lula, incluindo tucanos e emedebistas? Zé do Pátio dá a receita

GESTÃO EM RONDONÓPOLIS:  Como agregar de Bolsonaro a Lula, incluindo tucanos e emedebistas? Zé do Pátio dá a receita zédopátio100
Por Mário Marques de AlmeidaO PSL de Jair Bolsonaro está representado na administração de Rondonópolis, comandada por Zé do Pátio (SD) que  reune em sua gestão um emaranhado de siglas, algumas das quais se digladiam em disputas ferrenhas – menos na prefeitura da segunda maior economia de Mato Grosso. O PT ainda não faz parte das legendas que compõem o governo municipal com cargos em secretarias, diretorias e outros postos equivalentes, além de coordenadorias e outras posições, mas as conversações estão fluindo entre membros do Solidariedade e setores petistas – o que pode culminar com filiados desse partido em cargos de confiança na equipe heterôgenea que integra o governo de coalizão que Pátio implantou naquele município, um dos principais polos do agronegócio no país.Mas, se o PT ainda não está presente - ao menos oficialmente -, na gestão rondonopolitana, no entanto, lá está o PSL com uma secretaria e outros cargos, tem o PSDB, que ocupa duas pastas; o esquerdista PCdoB, que indicou um secretário (cargo do chamado primeiro escalão), além do MDB do veterano Carlos Bezerra, também com cargos e até o PR do senador Wellington Fagundes, entre outras siglas e agrupamentos políticos e partidários.   São tendências e ideologias diferentes que, em outras circunstâncias e espaços, divergem e até de forma radical, quando não violenta, como ocorre país afora entre bolsonaristas e petistas, mas em Rondonópolis convivem e trabalham de forma respeitosa e harmônica, cada qual no “seu quadrado”, como se diz, porém sob a batuta de Zé do Pátio. Ele que conseguiu realizar essa que pode ser considerada, na acepção da palavra, uma obra de engenharia política e administrativa – um refinamento em termos do que significa coalizão, onde os embates partidários cedem lugar para o esforço gerencial.Nesse conjunto pluripartidário, as classes sociais e econômicas e movimentos sindicais e comunitários também se fazem representar. É assim que na prefeitura estão no mesmo teto quadros que representam interesses de empresários a trabalhadores das mais diversas categorias e suas demandas. Por mais que se tente simplificar essa convivência, não deve ser fácil manter uma política “ecumênica” dessa envergadura, tendo em vista conflitos capitalistas e econômicos históricos. Entretanto, Zé do Pátio vem conseguindo mediar essas demandas.Como isso acontece? É o próprio Zé do Pátio, engenheiro civil de formação e matemático que explica, talvez sem se dar conta que realiza uma experiência diferenciada no país, sobretudo nestes tempos de antagonismos políticos exarcebados. “Partimos do princípio que o município não pertence a esse ou aquele partido, mas sim ao povo”, diz o prefeito. “Entendemos que quando existe seriedade e desprendimento do gestor, desejo de servir à população, é possível juntar representantes de várias tendências com o propósito de se construir uma sociedade mais igualitária e menos conflituosa”, declara Zé do Pátio. “Nesse propósito, todos precisam ceder e dar sua contribuição”, esclarece.Considerado centralizador por seus adversários, Zé do Pátio prefere se intitular “fiscalizador”.  Segundo ele, o controle dos gastos públicos, a correta aplicação do dinheiro dos impostos é uma exigência da qual ele não abdica. “Nossa equipe tem liberdade e autonomia para propor e gerir iniciativas para o bem comum, desde que o equilíbrio orçamentário e fiscal seja mantido”, finaliza.   Em tempo: José Carlos do Pátio preside o Solidariedade no Estado.