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Troca-troca partidário na bancada federal de MT já levou quatro dos oito deputados a mudarem de sigla
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02/04/2018 - 18:25
congresso
RedaçãoNo pódium dos parlamentares federais que mais trocaram de legendas em MT, o primeiro lugar, disparado na frente dos demais que renegaram legendas pelas quais se elegeram, está Valtenir Pereira.Ele se elegeu pelo PSB, já passou pelo PMDB (hoje MDB), pelo PROS, retornou ao PSB e, segundo se comenta nos bastidores políticos, estaria com um pé novamente fora do PSB, em busca de outra sigla – fato que o deputado Valenir desmente. Porém, considerando seus antecedentes em termos de fidelidade partidária, não se pode duvidar que ele rume para outra sigla.Tirando o caso atípico de Valtenir Pereira, que vem trocando de partido como “quem troca de camisa”, segundo afirmam seus adversários, mais três deputados federais da bancada mato-grossense no Congresso Nacional mudaram de legenda, aproveitando a janela aberta pela legislação eleitoral desde 8 de março e que se encerra no próximo dia 7 de abril e permite o “troca-troca” sem que esses políticos percam seus mandatos.São eles: Fábio Garcia, que deixou o PSB e aderiu ao Dem; Adilton Sachetti, que também pertencia ao PSB e agora é do PRB e Victório Galli, até então filiado ao PSC e que embarcou no PSL de Jair Bolsonaro.No caso de Garcia e Sachetti, eles justificam a mudança pelo fato que o PSB nacional interviu, há tempos, no diretório do partido em Mato Grosso para entregar o comando da sigla para o mesmo Valtenir. Essa decisão unilateral, de cima para baixo, gerou uma crise política na agremiação, fezendo com que várias outros polítcos, além dos dois deputados federais, se desfiliassem. Nesse contexto de desagregação do PSB em Mato Grosso, a defecção mais notória foi do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, então visto como “estrela” da sigla no Estado, e que hoje está no Dem.
NO ÂMBITO NACIONAL O DEM E PSL SÃO OS MAIS BENEFICIADOS COM O TROCA-TROCAJá no âmbito nacional, prestes a terminar o prazo da janela de troca partidárias, as mudanças de siglas ocorrem principalmente porque políticos são atraídos por orçamentos melhores em suas campanhas além da possibilidade de um cargo melhor dentro da estrutura partidária de partidos menores. Com isso, partidos como o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), e o PSL , agora também de Jair Bolsonaro (RJ), conseguiram encorpar suas bancadas.De acordo com levantamento do jornal O Globo, divulgado nesta segunda-feira (2), pelo menos 44 deputados federais já comunicaram que mudaram de sigla até o fim do prazo. Enquanto as legendas maiores perderam congressistas, os menores estão absorvendo os desertores. Nessa movimentação, o Democratas (DEM), partido do presidente da Câmara e pré-candidato à Presidência da República, Rodrigo Maia (RJ), é o partido que mais ganhou deputados, com sete novos nomes. O aumento das fileiras do DEM também pode impulsionar a campanha de Maia ao criar palanques em diferentes estados e aumentar a força política dentro da Casa.
A legenda começou o mandato com uma bancada de 22 deputados. No início da janela partidária estava com 33. Agora, de acordo com o levantamento publicado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que também publicou levantamento nesta segunda-feira (2), está com 41 e é o partido que mais ganhou novos integrantes.“O nanico PSL recebeu uma verdadeira “explosão habitacional” em termos proporcionais. O motivo foi a filiação do pré-candidato Jair Bolsonaro, que deixou o PSC no primeiro dia de janela partidária. E levou consigo outros integrantes, quase todos da “bancada da bala”, como o próprio filho, Eduardo Bolsonaro (SP), o Major Olímpio (SP), Delegado Fernando Francischini (PR), Delegado Waldir (GO) e outros, somando o total de dez novos integrantes até agora”, diz trecho da reportagem.Entretanto, com a chegada de Bolsonaro e seus apoiadores, o PSL perde dois dos três nomes que já tinha na Casa: a mineira Dâmina Pereira já está de mudança para o Podemos, enquanto Alfredo Kaefer (PR) ainda avalia a qual sigla se filiará. O jornal informa ainda que o PP, que não lançará candidato à Presidência, já recebeu cinco filiações de deputado e perdeu apenas uma. O PR ganhou cinco e perdeu quatro parlamentares federais. O PSD, do ministro Gilberto Kassab, teve oficializada uma baixa e quatro novas adesões.
O PSB ficou com saldo negativo, com três perdas e um novo nome. O PDT, que lançará Ciro Gomes, soma mais um deputado. Já o Podemos, de Álvaro Dias, perdeu um nome e ganhou cinco novos. A Rede está com dois a menos, o PPS com menos um e o PCdoB com um a mais.Do outro lado, as maiores siglas do país, como MDB, PSDB e PT estão com saldo negativo. O caso do MDB é o mais expressivo. Com lideranças imersas em descrédito ético e moral, o partido até agora já perdeu oficialmente seis deputados federais e ganhou apenas três, mesmo sendo a sigla do presidente Michel Temer.Outro agravante para as significativas trocas é o fundo partidário. Em siglas menores, políticos são atraídos por orçamentos melhores em suas campanhas além da possibilidade de um cargo melhor dentro da estrutura partidária.“Com seu ex-presidente senador Aécio Neves (MG) envolvido na delação da JBS, o PSDB já perdeu o suplente Paulo Martins (PR) e deve ter, até sábado, as baixas de Daniel Coelho (PE), que negocia com o PPS, e Elizeu Dionísio (MS), de partida para o PSB. O deputado Pedro Cunha Lima já estava com um pé fora do ninho tucano quando lhe foi ofertada a chance de disputar o cargo de governador da Paraíba.
Aos 29 anos e quatro como deputado federal, a candidatura de Pedro Lima a governador oferecerá um palanque estratégico ao pré-candidato à Presidência Geraldo Alckmin. Sua permanência evita também a fuga de seu pai, o senador tucano Cássio Cunha Lima. O PT, que já foi um polo de atração na gestão do ex-presidente Lula, hoje condenado na Lava-Jato, perdeu duas cadeiras na Câmara e ganhou uma”, diz texto dos jornalistas Débora Bergamasco e Thiago Herdy.