DECISÃO POLÊMICA: “Moro aposta na radicalização. Mas estou calmo e sereno”, diz Lula sobre decreto “apressado” de prisão antes de julgamento de embargos
DECISÃO POLÊMICA: “Moro aposta na radicalização. Mas estou calmo e sereno”, diz Lula sobre decreto “apressado” de prisão antes de julgamento de embargos
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06/04/2018 - 08:19
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RedaçãoDe acordo com o ex-presifdente o decreto de encarceramento foi emitido com rapidez suspeita de alimentar discórdia política e institucional no paísO ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ao jornalista Kennedy Alencar, da rádio CBN, que o juiz federal Sérgio Moro tomou a decisão de pedir sua prisão hoje em razão da apresentação em Brasília de um pedido ao ministro Marco Aurélio Melo, no âmbito da declaração de constitucionalidade sobre segunda instância, ao qual o ministro tinha se mostrado favorável.Advogados do PEN, capitaneados pelo criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, pediram nesta quinta-feira, 5, ao STF uma medida cautelar para permitir a execução provisória de pena, como a prisão, após uma decisão do STJ, tese defendida pelos ministros Gilmar Mendes e Dias Toffoli no julgamento do habeas corpus de Lula."O sonho de consumo desse pessoal e do Moro é me manter pelo menos um dia preso. Moro aposta na radicalização. Mas estou calmo e sereno", disse Lula, segundo relato do jornalista.O ex-presidente argumentou que havia um recurso que seria julgado até o dia 9. O ex-presidente disse também que vai aguardar orientação dos advogados para ver se vai se apresentar amanhã.
IMPASSE
Nesse aspecto, o ex-presidente vive o impasse gerado por duas correntes: a jurídica representada por seus defensores e outros jurístas, que advogam que ele vá a PF e se entregue espontaneamente, e a política, composta por congressistas e centrais sindicais que defendem que ele seja conduzido preso pela Polícia Federal, que terá que buscá-lo em sua residência ou na sede do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos, berço da CUT, em São Bernardo dos Campos (SP). Os defensores dessa proposta de aguardar a chegada da Polícia Federal querem, no entanto, uma resistência “democrática e pacífica”, sem confrontos com os agentes encarregados de executar a ordem de prisão.
Uma medida, porém, que não se sabe se vai poder ser executada na prática, ou seja, sem tumultos ou atos que fujam ao controle dos organizadores da manifestação, tendo em vista a concentração crescente de militantes em frente ao sindicato, onde Lula pernoitou de ontem para hoje.Essa corrente opina também que a condução de Lula em carro da PF simbolizaria, de forma mais evidente que o ex-presidente é um preso político, conforme ele já vem sendo tratado, inclusive por setores da imprensa internacional. A imagem reforçaria, segundo políticos e sindicalistas. mobilizações dos seguidores e simpatizantes de Lula pelo país afora, em atos de protestos contra o encarceramento do ex-presidente