Contrário às medidas de distanciamento social, Bolsonaro influencia pessoas em MT e outros Estados a descumprirem decretos
Contrário às medidas de distanciamento social, Bolsonaro influencia pessoas em MT e outros Estados a descumprirem decretos
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26/03/2021 - 06:08
povo
Por Mário Marques de Almeida
A postura do presidente Jair Bolsonaro de continuar contrário às medidas de distanciamento social impostas por prefeitos e governadores, como uma das diretrizes mais recomendadas para combater a propagação da Covid-19, tem repercutido nas unidades federativas estimulando pessoas, em especial seguidores do presidente, a se rebelarem contra essas normas de enfrentamento ao vírus e passem a descumprir decretos de executivos estaduais e prefeitos que lutam para tentar diminuir a velocidade como o coronavírus se dissemina pelo país. Principalmente em Mato Grosso, que é hoje considerado um dos maiores focos da doença no Centro-Oeste.
Nesse aspecto, dados apontam que Mato Grosso possuí a pior marca de isolamento do país, sendo o único Estado com um índice abaixo de 30%. Razão pela qual, talvez, também, nos últimos dias, venha se destacando regionalmente em número de mortos pela Covid-19.
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira, 25, em sua live semanal, esperar que as políticas de lockdown sejam "atenuadas ou extintas". A fala ocorre quando o presidente comentava a decisão do Ministério da Economia de adiar o recolhimento de tributos para empresas do Simples Nacional nos meses de abril, maio e junho.
Ao contrário de outras ocasiões, quando se postava como ardoroso defensor da cloroquina como tratamento inicial para a enfermidade, ele também falou que não existe medicamento certo para a doença.
"O governo federal via Ministério da Economia anunciou o diferimento, o atraso, da contribuição do Simples Nacional por três meses. Isso o governo abre mão nesses três meses de receber R$ 27 bilhões", disse em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta noite. "Mas, em contrapartida, depois do fim do terceiro mês, no quarto (mês) vai ter seis meses para pagar o que (o governo) deixou de receber. Espero que até lá a economia volte e as políticas de lockdown sejam atenuadas ou extintas", acrescentou.
Em sua live semanal, o presidente afirmou que o "governo federal manteve viva a economia ano passado". Ele destacou medidas para a manutenção do emprego, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) e o Benefício Emergencial de Preservação do Emprego e da Renda (BEm), que terão novas fases.
"O BEm, que é o benefício emergencial e permite acordos entre patrões e empregados, está na iminência de sair, ser publicado", comentou. "Vai atingir diretamente 11 milhões de pessoas que poderão fazer acordos com seus patrões fazendo com que seus empregos sejam mantidos", disse o presidente.
Bolsonaro ressaltou que o Pronampe, que é um programa de crédito para pequenas empresas, ajudará em especial donos de negócios afetados por medidas de fechamento. "Vai ajudar diretamente grande parte daquele pessoal que trabalha em restaurantes e hotéis, que com essas políticas de 'fica em casa' tirou-lhes o emprego (sic)", afirmou.
O presidente também reiterou que, uma vez aprovado o Orçamento de 2021, o governo antecipará o pagamento do 13° salário para beneficiários do INSS. O texto-base da Lei de Orçamentária Anual 2021 foi aprovado nesta noite pelos deputados, que agora analisam os destaques à proposta. "Caso seja votado hoje, nos próximos dias vamos antecipar o pagamento do 13° salário, a primeira parcela, dos aposentados e pensionistas do INSS", informou o presidente.