Mourão anuncia nova operação militar na Amazônia para conter aumento de crimes ambientais; Colniza em MT é um dos alvos
Mourão anuncia nova operação militar na Amazônia para conter aumento de crimes ambientais; Colniza em MT é um dos alvos
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11/06/2021 - 16:20
Redação
Governo anuncia nova operação na Amazônia para combater desmatamento com custo de R$ 50 milhões
Desde 2019, foram autorizadas duas incursões das Forças Armadas na Amazônia, chamadas Verde Brasil 1 e 2
O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, anunciou que uma nova operação das Forças Armadas para combater crimes ambientais na região da Amazônia começará a partir da próxima semana, com duração de dois meses e custo avaliado em R$ 50 milhões.
Segundo Mourão, a operação Garantia da Lei e da Ordem (GLO) foi autorizada pelo presidente, Jair Bolsonaro, e terá seus custos garantidos pelo Ministério da Economia.
"Está autorizada pelo presidente, conversei com ele ontem [10]. Ele autorizou, já estamos fechando o planejamento. Falei com o ministro [da Economia] Paulo Guedes. O recurso, em torno de R$ 50 milhões para fazer isso aí pelos próximos dois meses, ele disse que isso aí não é problema. Então, agora, a gente precisa fechar onde vai ser a principal área de operações", disse Mourão.
Desde 2019, foram autorizadas duas operações das Forças Armadas na Amazônia, chamadas Verde Brasil 1 e 2. De acordo com o monitoramento de focos ativos do Programa Queimadas, do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), a Amazônia teve 1.166 focos de queimada somente em maio, recorde para o mês desde 2008. De janeiro até agora, já são 4.677.
No entanto, a quantidade de pessoas envolvidas na operação ainda está para ser definida pelo Ministério da Defesa. O vice-presidente afirmou que o mais provável é que sejam usados os militares das brigadas de Marabá (PA) e de Rondônia, porém, admitiu que este efetivo pode não ser suficiente, segundo a mídia.
Mourão também destacou que é preciso que órgãos ambientais "cheguem junto" para operação poder ter sucesso.
A GLO na Amazônia começou em maio do ano passado e foi prorrogada três vezes. O fim dela, por decreto, já estava previsto para 30 de abril. É a GLO que permite a atuação das Forças Armadas na região.
No final de maio, o ambientalista Miguel Scarcello disse que a Amazônia pode virar uma savana em 30 anos se o atual ritmo de desmatamento continuar, e chamou atenção de que somente uma "mudança de postura política" pode reverter o processo de degradação do bioma amazônico.
“Levantamos que 70% do desmatamento, ou dos crimes ambientais, ocorrem em onze municípios que elencamos como área prioritária", disse o vice-presidente Hamilton Mourão. São eles: Itaituba, Rurópolis, Portel, Pacajá, São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso no Estado do Pará, Apuí e Lábrea (AM), Porto Velho (RO) e Colniza (MT). Relatório de especialistas aponta que, no auge da devastação, em 2020, a derrubada chegou a 24 árvores por segundo. O desmatamento voltou a crescer agora em maio de 2021.