O povo brasileiro já deve estar cansado de ouvir e ver o presidente Jair Bolsonaro empenhado em desacreditar o imunizante Coronavac, fabricado pelo Instituto Butantã, que ele chama de "vacina chinesa", sempre em tom pejorativo. Nesse aspecto (e em muitos outros)  já está ficando claro que existem dois Jair. Qual é o verdadeiro, eis a questão . O que ataca a "vacina chinesa", quando joga  para sua patuléia "abduzida" ou aquele que, em reunião com chefes de Estado, elogia a parceria com o governo chinês? ENTENDA O CASO O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou, nesta quinta-feira (9), na abertura da 13ª Cúpula do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e destacou a atuação com Pequim para a imunização da população contra a Covid-19. “Esta parceria se tem mostrado essencial para a gestão adequada da pandemia no Brasil, tendo em vista que parcela expressiva das vacinas oferecidas à população brasileira é produzida com insumos originários da China”, disse Bolsonaro, se dirigindo ao presidente chinês, Xi Jinping. O presidente relembrou ainda que no encontro do Brics em Brasília, em 2019, se reuniu presencialmente pela última vez com os colegas de agrupamento. A reunião desta quinta acontece por videoconferência, com transmissão a partir de Nova Deli, na Índia, país que ocupa a presidência pró-tempore do bloco em 202.   BOLSONARO X ZÉ TROVÃO Na onda de insuflação de desobediência às leis incentivada pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que deveria ser o primeiro a conclamar a ordem pública, um cidadão que atende pela alcunha de Zé Trovão e se diz "caminhoneiro" e bolsonarista, usa as redes sociais e consegue adesão de grupos de caminhoneiros, que se reúnem em determinados trechos, dessa ou daquela rodovia, em Mato Grosso e pelo Brasil afora, e impõem boqueios ao tráfego de caminhões. Em português claudicante e cara enfezada, postando vídeos agressivos nas redes sociais bolsonaristas, Zé Trovão, com apoio de segmentos do agro e de militantes da extrema-direita, com as  paralisações que ele vem liderando, impedindo o tráfego de transportes rodoviários,  pode arruinar, ainda mais, a já combalida econonomia brasileira, com sinais de inflação alta e carestia nos alimentos e muitos outros itens, a exemplo dos combustíveis. Ele não prega a defesa de pautas do interesse econômicos ou trabalhistas dos caminhoneiros, apenas insufla a anarquia e o caos, com viés político. Na tese do "quanto pior, melhor". Para os golpistas, é claro! E isto não pode ser confundido com liberdade de expressão e direito de protestar, que são democráticos, mas são ameçaas concretas à Democracia. Esses caras se beneficiam de diretos assegurados pela Constituição, para tentar rasgá-la e impor uma ditadura. Se isso não for o "fim da picada!", não sabemos mais o que dizer.