CRISE HÍDRICA: Sem chover nas nascentes em MT, Rio Paraguai enfrenta redução drástica no volume de água no MS

CRISE HÍDRICA: Sem chover nas nascentes em MT, Rio Paraguai enfrenta redução drástica no volume de água no MS
Sem chover regularmente há meses em suas cabeceiras (nascentes) que ficam no município de Alto Paraguai, a 219 Km de Cuiabá, na região do Médio-Norte de Mato Grosso, a seca afeta o Rio Paraguai na parte que cruza o território do vizinho Estado do Mato Grosso do Sul, e a sua lâmina de água é uma das mais baixas em quase dez décadas. O Rio Paraguai é o oitavo maior em curso de água da América do Sul. Tem cerca de 2.600 km de extensão. Navegável em grandes trechos, no entanto, a navegação está sendo dificultada, desde Cáceres, em Mato Grosso, até Corumbá (MS). O esvaziamento do volume de água em sua calha é consequência de uma das maiores secas da história recente do país, afetando drasticamente a bacia platina, que banha MT, MS, atravessa o Paraguai e desemboca no Mar Del Plata, entre o Uruguai e a Argentina. Na parte brasileira, especialmente no Centro-Oeste, a estiagem prolongada, além de dias intesamente calorentos, sobretudo em Cuiabá, trouxe também uma crise hídrica grave. Como resultado disso, o Rio Paraguai está próximo de atingir um dos níveis mais críticos desde 1910. Nesta terça-feira (28), a altura do rio, em Corumbá (MS), estava em -34 centímetros, indicava régua. A marca supera os menos 32 centímetros registrados em outubro de 2020, conforme o Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste Conforme divulgado pelo Diário Corumbaense, do Serviço Geológico do Brasil – CPRM indicam para marcas ainda mais baixas e que podem se igualar a seca de 1910, quando em outubro daquele ano, o nível mínimo do rio Paraguai, em Ladário, chegou aos -48 centímetros. Para o dia 1° de outubro, a previsão é de -37 centímetros na régua de Ladário. No dia 08, o nível do rio pode atingir altura negativa de 44 centímetros. As projeções apontam – 48 cm nos dias 15 e 22 de outubro (marcas que podem indicar estabilidade). “Os modelos começam a indicar a tendência à estabilização do nível d’água em algumas estações. Considerando que para as próximas semanas, as precipitações previstas na bacia serão pouco significativas, o rio Paraguai continuará a apresentar a tendência ao declínio do seu nível principalmente a partir da estação de Ladário e a jusante da mesma”, informa o boletim do Serviço Geológico do Brasil – CPRM. O maior ciclo de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos (1964 a 1973). Nesse ciclo, o nível mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da régua, ocorrido em 1964, segundo a Embrapa Pantanal.