CRISE HÍDRICA: Sem chover nas nascentes em MT, Rio Paraguai enfrenta redução drástica no volume de água no MS
CRISE HÍDRICA: Sem chover nas nascentes em MT, Rio Paraguai enfrenta redução drástica no volume de água no MS
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28/09/2021 - 20:20
Sem chover regularmente há meses em suas cabeceiras (nascentes) que ficam no município de Alto Paraguai, a 219 Km de Cuiabá, na região do Médio-Norte de Mato Grosso, a seca afeta o Rio Paraguai na parte que cruza o território do vizinho Estado do Mato Grosso do Sul, e a sua lâmina de água é uma das mais baixas em quase dez décadas. O Rio Paraguai é o oitavo maior em curso de água da América do Sul. Tem cerca de 2.600 km de extensão. Navegável em grandes trechos, no entanto, a navegação está sendo dificultada, desde Cáceres, em Mato Grosso, até Corumbá (MS).
O esvaziamento do volume de água em sua calha é consequência de uma das maiores secas da história recente do país, afetando drasticamente a bacia platina, que banha MT, MS, atravessa o Paraguai e desemboca no Mar Del Plata, entre o Uruguai e a Argentina. Na parte brasileira, especialmente no Centro-Oeste, a estiagem prolongada, além de dias intesamente calorentos, sobretudo em Cuiabá, trouxe também uma crise hídrica grave.
Como resultado disso, o Rio Paraguai está próximo de atingir um dos níveis mais críticos desde 1910. Nesta terça-feira (28), a altura do rio, em Corumbá (MS), estava em -34 centímetros, indicava régua. A marca supera os menos 32 centímetros registrados em outubro de 2020, conforme o Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste
Conforme divulgado pelo Diário Corumbaense, do Serviço Geológico do Brasil – CPRM indicam para marcas ainda mais baixas e que podem se igualar a seca de 1910, quando em outubro daquele ano, o nível mínimo do rio Paraguai, em Ladário, chegou aos -48 centímetros.
Para o dia 1° de outubro, a previsão é de -37 centímetros na régua de Ladário. No dia 08, o nível do rio pode atingir altura negativa de 44 centímetros. As projeções apontam – 48 cm nos dias 15 e 22 de outubro (marcas que podem indicar estabilidade).
“Os modelos começam a indicar a tendência à estabilização do nível d’água em algumas estações. Considerando que para as próximas semanas, as precipitações previstas na bacia serão pouco significativas, o rio Paraguai continuará a apresentar a tendência ao declínio do seu nível principalmente a partir da estação de Ladário e a jusante da mesma”, informa o boletim do Serviço Geológico do Brasil – CPRM.
O maior ciclo de seca registrado no Pantanal foi de dez anos consecutivos (1964 a 1973). Nesse ciclo, o nível mínimo foi de 61 centímetros abaixo do zero da régua, ocorrido em 1964, segundo a Embrapa Pantanal.