Meio Ambiente Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025, 10:05 - A | A

Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 2025, 10h:05 - A | A

AMPLIAÇÃO DO MONITORAMENTO

Ministério do Meio Ambiente e Embrapa vão elaborar políticas públicas conforme estudo de áreas contaminadas por agrotóxicos

Da Redação com Assessoria

Uma nova ferramenta vai permitir um maior monitoramento das áreas contaminadas por agrotóxicos no Brasil.  A Estratégia de Monitoramento Ambiental de PFOS e Agrotóxicos lançada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Meio Ambiente (Embrapa - Meio Ambiente) com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A idéia é gerar dados sistematizados sobre a contaminação ambiental por agrotóxicos e PFOS (produtos derivados de agrotóxicos de difícil degradação no meio ambiente) no Brasil para subsidiar a elaboração de políticas públicas. Por três anos, será monitorado o uso de 53 ingredientes ativos no país. Durante o ato de lançamento, em Brasília (DF), a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da existência dessas informações. “Nosso papel é fazer o melhor uso da tecnologia e do conhecimento para proteger o meio ambiente e a saúde da população, melhorando também a qualidade dos nossos negócios e investimentos”, afirmou.Diretor de Governança e Informação da Embrapa, Alderi Araújo pontuou que o projeto representa um avanço no monitoramento da contaminação por agrotóxicos. “É fundamental para que tenhamos condições de produzir com sustentabilidade ambiental, econômica e social”, declarou. O presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, disse que a estratégia será fundamental para fornecer alimentos seguros para a população brasileira. “Pela primeira vez, conseguiremos monitorar de forma sistemática inúmeras substâncias que foram, ao longo das últimas décadas, registradas para utilização na nossa agropecuária”, ressaltou. Kelli Mafor, secretária-executiva da Secretaria-Geral da Presidência da República, salientou que a estratégia deve conferir maior visibilidade às vozes da sociedade civil, especialmente nos territórios mais afetados. “Muitas vezes o que vem da sociedade civil é um forte indício do que precisa ser monitorado e estudado”, indicou. “O lançamento dessa estratégia é empolgante e traz esperança de transformar uma realidade que implica muitos danos à saúde humana e ao meio ambiente e não pode ser normalizada”.Também participaram da cerimônia os secretários nacionais de Meio Ambiente Urbano, Recursos Hídricos e Qualidade Ambiental, Adalberto Maluf, e de Povos e Comunidades Tradicionais e Desenvolvimento Rural Sustentável, Edel Moraes, ambos do MMA, e o presidente do Instituto Brasil Orgânico, Rogério Dias. 

Pilares da estratégia

Considerada pioneira, a estratégia também busca ampliar o monitoramento da utilização de agrotóxicos no país para controlar e mitigar os impactos de seu uso para a saúde humana e o meio ambiente. Tem ainda o objetivo de promover práticas agrícolas sustentáveis e fomentar estudos científicos na área. Apresenta três eixos principais:Expansão do monitoramento do PFOS (Ácido Perfluorooctanossulfônico): serão analisadas áreas agrícolas estratégicas nos estados de Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul, incluindo também propriedades rurais.Ampliação do Programa Piloto de Monitoramento de Agrotóxicos em Recursos Hídricos: durante três anos, serão monitoradas substâncias químicas prioritárias, ampliando a lista de substâncias analisadas e a base de dados nacional. Estudo de processos de transporte de agrotóxicos: avaliará como os pesticidas são transportados no meio ambiente e seus impactos em mananciais de água. A iniciativa está alinhada às metas das Convenções de Estocolmo e Roterdã, que abordam a gestão de substâncias químicas, e reforça o compromisso do Brasil com a gestão sustentável e o controle de agrotóxicos.

Comente esta notícia