Por Mário Marques de Almeida
Não é só a pandemia do Coronavírus – aliás, que está no auge e atingiu ponto crítico em Mato Grosso – que dificulta, para a grande maioria das pessoas, o “churrasco amigo” nos lares e quintais mato-grossenses e cuiabanos.
O que, até pouco atrás, era uma cena mais ou menos comum, inclusive em bairros periféricos, nos quais o odor da carne assada recendia pelas ruas, está se tornando “coisa do passado”. Principalmente, quando esses eventos, digamos assim, gastronômicos populares e então acessíveis aos bolsos dos moradores do “andar de baixo”, eram acompanhados por umas “bem geladas”... Todo mundo podia, e como!
Um outro fator, este de ordem puramente econômica, contribui hoje para a “aposentadoria” precoce das churrasqueiras, em especial as daqueles muitos que não dispõem mais do dinheiro para o carvão, que dirá para o principal!
Nem “couro de rato” está dando mais para “sapecar” na brasa e, aqui, não se fala da picanha, pois que esta peça nobre do boi, mesmo no período das “vacas gordas” que já se foram e não nos pertence mais, não costumavam ir com frequência às mesas populares e eram mais assíduas e assadas nas grelhas de mansões e resorts de luxo!
Com o preço da carne nas alturas e os consumidores empobrecidos, reclamando da carestia, a arroba de boi é cotada em cerca de R$ 300 nos atacadistas de Cuiabá, que fornecem o produto às redes varejistas - açougues e supermercados onde essa proteína de origem animal chega a custar entre R$ 45 a RS 50 o quilo do bife de “primeira” e o famoso “boi ralado” (carne moída de “segunda”), em muitos estabelecimentos, está sendo vendido por valores que oscilam entre R$ 25 a R$ 30 o quilo.
Com toda essa carestia, cheiro e sinais de fumaça nos bairros e arrebaldes de Cuiabá, só a de eventuais queimadas circundantes, porque a proveniente das “domingueiras”, dias santos e feriados, disse “adeus e foi simbora”!
Vamos esperar mais dois anos para que volte. Ou vote! Para não ficar, como agora, exclamando. diante das gôndolas e bancas de mercadorias. "VÔTE"!
* Mário Marques de Almida é jornalista em Cuiabá.