Doze anos após, “Escândalo da Maçonaria” em MT volta à tona nas manchetes com decisão que anula aposentadoria compulsória de juiz

Doze anos após, “Escândalo da Maçonaria” em MT volta à tona nas manchetes com decisão que anula aposentadoria compulsória de juiz MARTELO200
Redação Doze anos após ser aposentado compulsoriamente pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), em consequência do processo conhecido como “Escândalo da Maçonaria, o juiz Antônio Horácio da Silva Neto terá que ser reintegrado imediatamente aos quadros do Tribunal de Justiça de Mato Grosso, por determinação do STF. A decisão é do ministro do Supremo Tribunal Federal, Kássio Nunes, e foi publicada na manhã desta segunda-feira (28), no Diário Oficial da Justiça. Com a revogação da pena de aposentadoria compulsória do juiz, imposta em 2010 pelo CNJ, cria-se uma situação jurídica no mínimo polêmica, segundo advogados, no sentido que outros 9 magistrados que foram condenados no mesmo processo, possam também retornar à ativa. A expectativa nos meios jurídicos é de que ações venham tramitar pleiteando o mesmo benefício. “Do exposto, defiro em parte o pedido de tutela de urgência, tão somente para desconstituir a pena de aposentadoria compulsória aplicada ao impetrante e determinar sua imediata reintegração ao quadro de magistrados do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso”, diz trecho do despacho. Desdobramento A União e o Ministério Público Federal (MPF) tem 5 dias para se manifestar sobre a decisão. O prazo passa a contar a partir desta segunda-feira (28), quando foi publicada a decisão. Entenda o caso O grupo de magistrados foi acusado de desviar R$ 1,5 milhão do Tribunal de Justiça para beneficiar uma cooperativa de crédito ligada à Maçonaria. Os crimes ocorreram em 2007 e, na época, as investigações apontaram que os juízes utilizaram verbas do TJMT para cobrir um rombo na cooperativa ligada à Maçonaria. Em convênio firmado com o banco Sicoob,  segundo a denúncia, a Loja Maçônica Grande Oriente do Estado de Mato Grosso (GOEMT) teve prejuízos superiores de mais de R$ 1 milhão.  De acordo com informações, o "rombo” da instituição maçônica teria sido coberto com o suposto pagamento atrasados de juízes que, na sequência, repassavam os créditos à maçonaria. Em 2019, a defesa do juiz Antônio Horácio entrou com recurso pedindo a anulação da sua condenação no âmbito administrativo em razão de sua absolvição na esfera penal dos supostos crimes. Os defensores alegavam que o magistrado já tinha sido absolvido em inquérito do Ministério Público de Mato Grosso (MP-MT) arquivado em 2015 pelo órgão. Lista Foram condenados pelo CNJ, na ocasião, o ex-presidente do Tribunal de Justiça, José Ferreira Leite, os desembargadores José Tadeu Cury e Mariano Alonso Ribeiro Travassos, além dos juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, Juanita Cruz da Silva Clait Duarte, Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Ribeiro Caravellas, juntamente com Antônio Horácio da Silva Neto. A decisão pode criar precedentes para que os outros magistrados condenados no episódio retornem ao Judiciário, através da extensão da decisão.