O juiz da 2ª Vara Cível de Cuiabá, Carlos Alberto Barros de Campos, confirmou a decisão liminar que garantiu a reintegração de posse de uma fazenda do ex-governador Silval Barbosa disponibilizada por ele em seu acordo de colaboração premiada. A propriedade rural, localizada em Peixoto de Azevedo (696 km de Cuiabá), é avaliada em R$ 33,1 milhões e foi ocupada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST). Segundo informações do processo, a fazenda, batizada de “Serra Dourada”, sofreu a ocupação do MST em dezembro de 2017 após Silval Barbosa disponibilizar o bem em seu acordo de colaboração premiada com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Uma decisão anterior, do ano de 2018, já havia garantido a reintegração de posse em liminar. Agora, o poder judiciário confirma o entendimento. “Não constam nos autos novas provas/argumentos capazes de contrariar o entendimento anteriormente firmado quando a liminar fora deferida”, justificou o juiz. A disputa pelas terras que o ex-governador disponibilizou em seu acordo de colaboração premiada vem se arrastando pelo menos desde o fim do ano de 2017, quando os trabalhadores rurais ocuparam a propriedade. No fim de novembro de 2018, a juíza que atuava na Segunda Vara Cível de Direito Agrário, Adriana Sant’Anna Coningham, determinou que a reintegração de posse, obtida pelo ex-governador, fosse suspensa por 30 dias. Na ocasião, a magistrada revelou que a Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf-MT) também tinha interesse nas terras para utilizá-las para “fins de reforma agrária”. Na época, dados extraoficiais apontavam que 500 famílias ocupavam a propriedade rural.