Setores da Polícia Federal decretam ruptura com Bolsonaro após compromisso de aumento salarial não ser cumprido

Setores da Polícia Federal decretam ruptura com Bolsonaro após compromisso de aumento salarial não ser cumprido
Decepcionados com o valor do aumento salarial, policiais do movimento que defende distanciamento do presidente começam a articular ruptura com o governo dentro da PF; reunião foi marcada para essa terça-feira (19) para tratar do assunto. Após o reajuste de 5% divulgado pelo governo federal para servidores na última quinta-feira (14), incluindo agentes da Polícia Federal, a corporação reagiu negativamente ao montante anunciado e chamou o valor de "quebra desleal de compromisso". Entretanto, segundo a coluna de Bela Mengale, em "O Globo", uma ala poderosa da instituição passou a defender que a PF adote uma postura dura contra o governo Bolsonaro após não receber o aumento salarial pretendido. Na mesa estão propostas sobre como pressionar pela renúncia do ministro da Justiça, Anderson Torres, que também é delegado da PF. Associações avaliam ainda pedir que o diretor-geral do órgão, Márcio Nunes, entregue seu cargo. Grande parte da corporação defende que os policiais tornem públicas outras promessas não cumpridas por Bolsonaro e rompam de vez com o presidente. Em comunicado aos seus membros, a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) também convocou uma assembleia para debater a reestruturação prometida e não atendida pelo governo. No texto, a Fenapef orienta que os 27 sindicatos estaduais ligados à federação "estejam em estado de alerta, mobilização e prontidão, para os possíveis desdobramentos da próxima semana, que poderão incluir: deslocamentos a Brasília e/ou movimentos reivindicatórios nos respectivos estados". Associações de delegados e de agentes da PF marcaram reuniões para essaa terça-feira (19) a fim de para deliberarem sobre quais medidas tomarão diante desse cenário. A PF tinha grande expectativa para o reajuste, esperando que o mesmo fosse entre 16% e 20%, uma vez que a categoria vem computando perdas salariais desde a Reforma da Previdência. Além disso, em dezembro do ano passado, Bolsonaro chegou a assumir publicamente o compromisso com a categoria para corrigir o que chamou de "injustiças"; ao não cumprir o que prometeu, o presidente acabou gerando uma forte onda de indignação na corporação.