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Desmatamentos ilegais avançam em MT neste ano; no começo de 2022, Estado também é o que mais devastou entre as 9 unidades da Amazônia Legal
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22/04/2022 - 04:09
Redação com informações do G1
Desmatamentos ilegais avançaram neste ano de 2022, na contramão do que vem sendo propalado com relação ao combate aos crimes ambientais no território estadual. As esteiras e motosserras demonstraram estar a pleno vapor e destruíram, tanto áreas de cerrados como de matas, em desobediência às leis de preservação. A escalada nessas agressões à flora mato-grossense pode sinalizar, infelizmente, um afrouxamento das medidas de fiscalização e punição preconizadas pela chamada "Tolerância Zero", adotada pela gestão governamental.
Dados do monitoramento por satélite da Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema-MT) apontam que em quatro municípios de Mato Grosso mais de 90% do desmatamento foi ilegal, entre 1º de janeiro e 28 de março. São eles: Peixoto de Azevedo, com apenas 6% do desmatamento legal; Aripuanã, 7%; Colniza e Marcelândia, 8%.
Em todo o estado, foi registrado 62% de desmatamento ilegal, o que resultou na destruição de mais de 44 mil hectares, segundo o levantamento via satélite.
Colniza, Barra do Bugres e Apiacás estão entre os 10 que mais desmataram na Amazônia em fevereiro. Juntos, eles registraram 43 km² de devastação.
Desde 2019, Colniza registra o maior índice de desmate no estado.
Ranking dos 20 municípios que mais desmatam e porcentagem de legalidade:
Peixoto de Azevedo, 6% legalizado
Aripuanã, 7% legalizado
Colniza, 8% legalizado
Marcelândia, 8% legalizado
Porto dos Gaúchos, 15% legalizado
Apiacás, 19% legalizado
Nova Bandeirantes, 28% legalizado
Juína, 40% legalizado
União do Sul, 48% legalizado
Juara, 49% legalizado
Feliz Natal, 75% legalizado
Paranatinga, 77% legalizado
Campos de Júlio, 78% legalizado
Comodoro, 78% legalizado
Querência, 78% legalizado
Nova Ubiratã, 79% legalizado
Tabaporã, 85% legalizado
Nova Maringá, 87% legalizado
Santa Carmem, 94% legalizado
Barra do Bugres, 99% legalizado
De acordo com a Sema, apesar do alto índice, o desmate legal, com autorização do órgão ambiental e respeitando a legislação brasileira, aumentou em Mato Grosso nos últimos anos.
Em 2019, o índice estava em torno de 5%. Agora chega a 38%.
Nesse mesmo período, houve mudanças para quem quer empreender em áreas de mata no estado, facilitando a autorização para o desmate. Atualmente, os empresários podem solicitar a liberação por meio da internet, com um tempo de análise menor.
Segundo a secretaria, as pessoas que desmataram de forma ilegal agora também são chamadas para se regularizar, por meio da conciliação ambiental.
Amazônia Legal: MT registra a maior devastação
Dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) apontam que Mato Grosso foi o que mais desmatou em janeiro e fevereiro, se comparado aos nove estados que compõem a Amazônia Legal.
Apenas em fevereiro, 96 km² de floresta foram derrubados em solo mato-grossense, o que corresponde a 32% do total. O estado também registrou a maior alta na devastação em relação a fevereiro do ano passado, de 300%.
Nas áreas de Amazônia Legal, em Mato Grosso, cada propriedade deve preservar 80% do território com vegetação nativa, e nas áreas de Cerrado e de transição, 35%. O restante da área é passível de autorização para desmate.
A Sema informou que realiza fiscalização remota e presencial no estado, além de campanhas de comunicação, nos municípios onde o desmate é majoritariamente ilegal.