ELEIÇÕES 2022: O fator Pivetta pode mudar o xadrez da sucessão estadual

ELEIÇÕES 2022: O fator Pivetta pode mudar o xadrez da sucessão estadual pivetta
Redação O vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) voltou a ocupar as manchetes dos noticiários políticos como uma espécie de “candidato coringa” dentro do grupo governista em Mato Grosso. Apontado como favorito à reeditar a dobradinha com Mauro Mendes na disputa pelo Palácio Paiaguás, Pivetta segue desconversando sobre seus projetos eleitorais. Convidado publicamente à disputar a vaga ao Senado da República pelo presidente do seu partido, ex-deputado federal, Adilton Sachetti, o vice-governador não disse nem não e nem sim. “Essa é uma decisão [sobre que cargo disputar] que vou tomar com calma lá no fim de julho, quando estivermos mais próximos das convenções”, esquivou-se Pivetta. A única definição clara que Pivetta deixa escapar é que irá disputar um cargo majoritário. Ou seja, está descartada qualquer postulação nas esferas proporcionais (Câmara Federal e Legislativo Estadual). Esse comportamento esquivo do vice- governador tem causado preocupação em lideranças de partidos da base governista no estado. Em conversas de bastidores, alguns dirigentes partidários e parlamentares deixam claro que há um clima de incerteza e até mesmo desconfiança em relação às reais pretensões de Otaviano Pivetta e do próprio Mauro Mendes. “Ele [Pivetta] é um forte puxador de votos, tem bom trânsito com uma grande parcela dos prefeitos e vereadores e com figuras importantes do agro. Para completar, vem realizando um excelente trabalho na vice-governadoria. Portanto, reúne, condições de ser, inclusive, candidato ao Governo do Estado se ele quiser, dando uma invertida total no cenário eleitoral que está posto”, ponderou um influente parlamentar da base governista em recente jantar privado. A tese de que Otaviano Pivetta pode ser na verdade o “coringa” na manga do governador Mauro Mendes (UB) para a disputa ao Executivo Estadual em seu lugar não é original e nem nova. Desde meados do ano passado, essa possibilidade vem sendo motivo de especulações nos corredores do Palácio Paiaguás. No início de fevereiro deste ano, Otaviano Pivetta admitiu à jornalistas que seu relacionamento com Mendes era “profissionalmente cordial” e declarou que ambos tinham tido algumas conversas que não foram agradáveis ao longo dos últimos três anos, “porque a gente não está ali para ficar abraçados, está ali para trabalhar juntos.” Na ocasião, o vice chegou a ir mais longe ao pontuar que seu futuro político não estava vinculado necessariamente à uma candidatura a reeleição de Mendes. “Eu não estou com Mendes, eu estou em um grupo de apoio que hoje está governando o Estado liderado pelo Mauro Mendes. Tenho uma boa relação com ele, temos princípios muito alinhados. Agora, se vamos continuar juntos ou não, o futuro vai dizer”, disparou Pivetta na entrevista. Ainda em fevereiro, poucos dias depois de Mendes regressar de uma viagem aos Emirados Árabes, ocorreu uma reunião com o vice que colocou “panos frios” no clima entre os dois e teria aparado as arestas. Na saída do encontro, Pivetta adiantou aos jornalistas que tinham acertado uma data no mês seguinte para uma conversa definitiva que definiria seus rumos políticos. A reunião que acertou os ponteiros entre Pivetta e Mendes ocorreu antes da filiação do vice-governador ao Partido Republicanos, no dia 28 de março. O encontro ocorreu sob sigilo e seu conteúdo segue mantido sob sete chaves. O fato é que a partir de então, não houve mais nenhuma manifestação de nenhum dos dois sobre candidaturas. Tanto Pivetta quanto Mauro Mendes passaram a se esquivar de falar sobre candidaturas. Mendes chegou a deixar no ar a insinuação de que poderia abdicar da reeleição e Pivetta se tornou extremamente arredio e reticente quando questionado sobre seu futuro político imediato. Qualquer que seja o acordo firmado entre Pivetta e Mendes, o resultado irá repercutir fortemente no xadrez eleitoral que está em curso. As maiores apostas, no entanto, são aquelas que apontam Pivetta como vice de Mendes na campanha reeleitoral. Mas, há quem esteja apostando alto no contrário. Pivetta na cabeça de chapa e Mauro fora do pleito. A conferir.