REFLEXÃO: Assassinato a tiros de agente socioeducativo por coronel miliciano, em confusão de rua pode servir de alerta sobre política armamentista desenfreada que o País sofre
REFLEXÃO: Assassinato a tiros de agente socioeducativo por coronel miliciano, em confusão de rua pode servir de alerta sobre política armamentista desenfreada que o País sofre
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08/07/2022 - 06:24
disparos
O assassinato do agente socioeducativo do sistema penitenciário, Alexandre Miyagawa, morto por disparos efetuados pelo tenente-coronel Paccola, que é vereador em Cuiabá, no último final de semana, durante uma confusão de rua, serve para se refletir sobre o clima de violência e acirramento que paira na sociedade cuiabana e brasileira, como um todo, em decorrência da política de armamentismo desenfreado que o País sofre.
A morte do agente, que foi baleado pelas costas, sinaliza que armar a população, ao contrário de trazer mais segurança, pode ser um fator estimulante de assassinatos por questões banais, como simples discussões ou casos como o que envolve o coronel miliciano que sacou da pistola e atirou no agente penitenciário quando este tentava acalmar sua própria companheira, que estava alterada, numa atitude de desentendimento entre o casal e que, naquelas circunstâncias (em que Miyagawa recebeu os disparos fatais) não representava perigo à ordem pública.
Entenda o caso
O parlamentar matou a tiros o agente, na noite de sexta-feira (1º), ao lado do Restaurante Choppão, na região central de Cuiabá.
O caso vem sendo marcado uma uma série de versões conflitantes.
A Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), está investigando o assassinato.
O CRIME
Marco Paccola fez três disparos contra Alexandre Miyagawa, em meio a uma confusão depois que a esposa de Miyagawa entrou com seu carro pela contramão, na Rua Presidente Artur Bernardes.
O vereador afirmou que passava pelo local e foi informado de que Alexandre estava armado e ameaçando a companheira dele.
Paccola ainda disse que chegou a dar voz de prisão, mas o agente não teria obedecido.
A versão do vereador foi contestada pela viúva Janaina Sá, que disse que a arma do marido estava presa na cintura e que Paccola teria atirado para matar.
Uma filmagem feita por câmeras de segurança da rua onde ocorreu o crime mostra o vereador atirando nas costas do agente.
Repercussão política
A veredora Edna Sampaio (PT) entrou, na Comissão de Ética da Câmara, com uma representação contra Marco Paccola por quebra de decoro parlamentar. Fazendo coro à indignação de vários setores da sociedade cuiabana, chocados com o crime, a vereadora cobra o afastamento de Paccola e a cassação de seu mandato.