Contou com a articulação do ex-governador e ex-senador Blairo Maggi, atuando nos bastidores de forma discreta, porém eficiente, o acordo que levou o deputado federal Neri Geller a sair do arco de aliança do presidente Jair Bolsonaro e o governador Mauro Mendes e aderir ao ex-presidente Lula em cuja base vai disputar uma vaga ao Senado da República. Essa mexida no tabuleiro da sucessão está tendo forte impacto em Mato Grosso e, fatalmente, vai obrigar Mendes a mudar sua estratégia com vistas à reeleição ao Governo do Estado. O deputado Neri Geller, da bancada ruralista, esteve na base do presidente Jair Bolsonaro, mas defende que aproximação com petistas vem de longa data, visto que já foi secretário de Política Agrícola no governo Dilma e ministro da Agricultura. Segundo Geller, esse ativo deve ser usado para aproximar o ex-presidente Lula do setor. Ao visitar Brasília, nesta terça-feira (12), o ex-presidente Lula fechou acordo para as eleições em Mato Grosso, onde apoiará o deputado Neri Geller (PP-MT) ao Senado e terá como coordenador de sua pré-campanha, o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), com forte atuação no setor. A suplente de Geller será Márcia Pinheiro, primeira-dama de Cuiabá. Ainda está em discussão o nome que ocupará a disputa pelo governo. Nos bastidores, políticos do estado acreditam que é possível atrair e abrir palanque para Lula com apoio pela reeleição de Mauro Mendes (União Brasil), que atualmente tem aliança com PL de Bolsonaro. O grupo político ligado a Geller e Favaro já pediu que seja organizada de pronto uma visita do ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin ao estado. A ida de Lula ainda não está fechada e depende de agenda. Alckmin, porém, poderá finalmente exercer articulação com entidades ligadas ao agronegócio, a exemplo da Associação Mato grossense dos Produtores de Algodão, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Instituto Pensar Agropecuária e Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais.