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EXPONDO O BRASIL: Sem dúvidas sobre urnas, embaixadores vão a encontro com Bolsonaro a contragosto e ouvem ele criticar TSE, STF e sistema eleitoral
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18/07/2022 - 18:14
urnas11
Redação
Embaixadores estrangeiros convidados pelo presidente Jair Bolsonaro para uma apresentação sobre supostas fraudes em eleições brasileiras, nunca comprovadas, relatam constrangimento em faltar ao encontro nesta segunda-feira, 18, no Palácio da Alvorada. A convocação foi enviada a cerca de 50 embaixadores, segundo o próprio presidente, mas os critérios de escolha não foram divulgados por Bolsonaro, tampouco pela Presidência da República. O governo espera em torno de 40 presenças.
Dois chefes de missões diplomáticas europeias, que não relatam dúvida sobre a confiabilidade do sistema eleitoral do Brasil e defendem publicamente respeito às instituições democráticas, disseram que se veem numa saia-justa com o convite de Bolsonaro. Isso porque, em maio, atenderam a uma convocação similar do ministro Edson Fachin, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, para falar sobre a segurança e a transparência do sistema de urnas eletrônicas. Fachin reuniu na ocasião 68 embaixadores.
Seria no entendimento de alguns diplomatas uma descortesia se ausentar propositadamente da reunião de Bolsonaro, que lhes será útil para entender e poder relatar ao exterior alguns dos argumentos do presidente e seus planos, a serem apresentados em slides de power-point.
Por isso, mesmo países que adotaram discrição sobre o tema resolveram comparecer como Estados Unidos, França, Portugal e Bélgica. Algumas embaixadas cujo embaixador não está em Brasília vão enviar o número dois, como é o caso da União Europeia. Itália e Índia também confirmaram presença.
Dos membros do conselho de Segurança das Nações Unidas, só a China não se manifestou, por não ter sido convidada, segundo fontes diplomáticas. O Reino Unido também não enviará representante, por falta de convite.
O mesmo ocorreu com representantes de países sul-americanos governados pela esquerda, como Chile e Argentina, que disseram não ter recebido convite. Já Colômbia e Equador, cujos atuais presidentes são alinhados a Bolsonaro, pretendem comparecer.
Agência Estado
REAÇÃO: Presidente do Senado: ‘segurança de urnas e lisura não podem mais ser colocadas em dúvida’
Afirmação acontece após o presidente Jair Bolsonaro (PL) convidar e se reunir com vários embaixadores no Palácio da Alvorada
Luciana Amaralda CNN
O presidente do Congresso Nacional e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), divulgou nota nesta segunda-feira (18) em que afirma que a “segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida”.
A afirmação acontece após o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), convidar e se reunir com vários embaixadores no Palácio da Alvorada para fazer uma série de críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em especial a Luís Roberto Barroso e Edson Fachin, questionar os resultados das eleições presidenciais de 2018 e voltar a lançar suspeitas sobre as urnas eletrônicas.
O presidente do Congresso não cita Bolsonaro diretamente na nota divulgada.Segundo Pacheco, “há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão”.
“Uma democracia forte se faz com respeito ao contraditório e à divergência, independentemente do tema. Mas há obviedades e questões superadas, inclusive já assimiladas pela sociedade brasileira, que não mais admitem discussão. A segurança das urnas eletrônicas e a lisura do processo eleitoral não podem mais ser colocadas em dúvida. Não há justa causa e razão para isso”, escreveu.
“Esses questionamentos são ruins para o Brasil sob todos os aspectos. O Congresso Nacional, cuja composição foi eleita pelo atual e moderno sistema eleitoral, tem obrigação de afirmar à população que as urnas eletrônicas darão ao país o resultado fiel da vontade do povo, seja qual for”, completou.
O líder da minoria na Câmara, deputado federal Alencar Santana (PT-SP), afirmou nesta segunda, numa rede social, que ele e outros líderes de partidos da oposição a Bolsonaro vão “denunciar Bolsonaro pelo crime que cometeu ao chamar embaixadores de outras nações para atacar e desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, que o elegeu, aliás, por 30 anos”.O parlamentar, porém, ainda não deu mais detalhes sobre a eventual ação.