Governador Mauro Mendes pode ser obrigado abandonar bolsonaristas radicais para manter base coesa

Governador Mauro Mendes pode ser obrigado abandonar bolsonaristas radicais para manter base coesa
O governador Mauro Mendes (UB) deve fechar definitivamente seu palanque aos bolsonaristas radicais até a convenção do seu partido, marcada para a quarta-feita, 27. Informações de bastidores apuradas ao longo desta semana junto ao núcleo próximo ao chefe do Executivo Estadual, indicam que Mendes entendeu, afinal, que não há condições políticas para que Bolsonaro suba em seu palanque nesta campanha. Além de que os chamados bolsonaristas-raiz, seguidores fanáticos do “mito”, não escondem aversão a Mauro e não devem votar nele. Dois fatores objetivos empurram Mendes para longe de Bolsonaro. O primeiro, é a decisão do Diretório Nacional do União Brasil em manter a candidatura de Luciano Bivar à Presidência da República. Com isso, o governador mato-grossense está obrigado a garantir seu palanque exclusivamente para o candidato presidencial da legenda. Já o segundo fator é mais pragmático e diz respeito às condições político-eleitoral local. O avanço da chapa Lula e Geraldo Alckmin entre os principais atores do grande agronegócio e, principalmente, nas camadas mais populares do estado podem empurrar Mauro Mendes a se afastar de Bolsonaro. O PSD e o PP, dois partidos importantes na eleição de Mauro ao Governo do Estado, em 2018, já definiram sua adesão à aliança capitaneada pelo PT, o que deve se confirmar nas convenções destas legendas que começam na próxima quarta-feira, 27. As articulações entre estas três legendas com o PT e a Federação PCdoB e PV caminham para a formação de uma chapa majoritária em oposição à Mauro Mendes. Nesse cenário, não se descarta justamente o senador Carlos Fávaro como candidato à sucessão estadual. Embora o senador negue esse desejo (ser candidato a governador), as pressões de seu partido e aliados podem leva-lo a esse enfrentamento para o Governo do Estado. Um encontro neste fim de semana entre Fávaro, Neri Gueller com a cúpula do PT em São Paulo deve fechar as bases da aliança PSD e PP, assegurando a estrutura física e política necessária ao lançamento da candidatura do senador ao Governo de Mato Grosso. Em se confirmando este movimento já agendado, a própria reeleição de Mauro Mendes passaria a não ser tão fácil e vai obrigar o governador a promover rearranjos em sua base. Nos meios políticos, circula a informação que a direção nacional do PSB mandou um recado claro ao deputado Max Russi ao comunica-lo para que abandone o palanque de Mendes e Bolsonaro e alinhe seu grupo à campanha de Lula e Alckmin. O presidente da legenda socialista, Carlos Siqueira, vale lembrar, tem histórico de ser duro com os infiéis às suas instruções. Há não muito tempo, ele desmontou a Direção Regional do partido que era comandada por Mauro Mendes e o casal Luciene e Oscar Bezerra e entregou a legenda para Valtenir Pereira. O mesmo poderia ocorrer agora com Russi caso insista em apoiar candidaturas bolsonaristas. Por sua vez, uma parcela significativa de líderes nacionais doMDB nacional, extra-oficialmente, também já aderiu à chapa presidencial oposicionista e está “fritando” a candidatura de Simone Tebet. A alegação do grupo é de que ela não conseguiu viabilizar palanques estaduais suficientes dar sustentação às candidaturas emedebistas nos Estados. Com este cenário à frente, o governador Mauro Mendes terá uma semana curtíssima e árdua para manter o mínimo de coesão em sua base de apoio.