Nomes influentes de MT lideram “ponte” entre o agro e Lula, que amplia espaços no setor produtivo rural; texto acrescido com novas informações

Nomes influentes de MT lideram “ponte” entre o agro e Lula,  que amplia espaços no setor produtivo rural; texto acrescido com novas informações
Por Mário Marques de Almeida Em busca de vencer o pleito no 1º turno, o ex-presidente Lula avança em articulações sobre o agronegócio e nessa linha de ação conta com a interlocução e simpatia de nomes de Mato Grosso influentes nessa atividade econômica, incumbidos de fazer a ponte com o setor. Responsável por 25% da economia nacional, o agro, além de estratégico para as forças que disputam o poder no âmbito da nação, é considerado uma das principais bases de sustentação política do presidente Jair Bolsonaro no mundo dos negócios e no qual, por sinal, o presidente da República vem perdendo terreno, haja vista os manifestos de desconforto de segmentos da indústria, comércio e financeiro com atitudes vistas como de estímulo por parte do mandatário a atos que elevam o divisionismo e tensão na sociedade brasileira e podem culminar com tentativas de ruptura democrática. Mesmo que agindo com discrição, longe dos holofotes, as movimentações para atrair apoios importantes a Lula no meio rural, teria a participação decisiva do ex-governador de Mato Grosso, ex-senador e ex-ministro da Agricultura Blairo Maggi – um expoente do agronegócio em que pontifica com a trading Amaggi, de propriedade de sua família. Habilidoso, Blairo aciona aliados que atuam na linha de frente, fazendo o dia-a-dia da parte propriamente política e partidária, que exige dedicação e tempo praticamente integral – tarefa difícil de conciliar para alguém, como Blairo, hoje mais focado nas lides empresariais. Entre esses operadores políticos ligados ao comandante da Amaggi, conforme já está evidente, se destacam o deputado federal Neri Geller (PP) e que postula um mandato de senador e Carlos Fávaro (PSD), que é senador. Geller foi secretário de Maggi quando este era titular da Agricultura e também ocupou o cargo de ministro da pasta. Juntamente com Fávaro, ele deixou a base de sustentação de Bolsonaro e hoje os dois estão alinhados no apoio à candidatura de Lula e mantêm linha direta com a cúpula que participa do comando da campanha do ex-presidente da República, líder nas pesquisas de intenção de votos na disputa presidencial. Nesse cenário em que avulta, tendo Mato Grosso como um dos palcos principais, a queda de braço entre Lula e Bolsonaro pelo apoio do agro - mais pela influência econômica que pelos votos do setor, que não são muitos -, a própria eleição para o Governo do Estado, onde desponta como favorito Mauro Mendes, candidato à reeleição, perde ênfase e fica como uma disputa secundária. Ou seja, a eleição governamental deixa de protagonizar, pelo menos com a evidência que era de se esperar, experimentando uma espécie de compasso de dormência, apatia, enquanto a agitação nos meios políticos e seus reflexos na mídia, ficam por conta das candidaturas ao Senado, especialmente a do próprio Neri. Nesse “ringue” eleitoral, não faltando os que dizem que ele mais perdeu ao deixar Bolsonaro e apoiar Lula, e outros tantos afirmando que o recém-convertido ao lulismo mais ganhou com a mudança de lado, pois pode até ter perdido uma parcela de eleitores ruralistas, mas conquistou setores à esquerda que jamais votariam nele se não fosse o apoio que Geller hipotecou a Lula. De qualquer modo, no próximo dia 2 de outubro – “bem ai”, no linguajar cuiabano – saberemos quem acertou!