Por Mané Catraca (que não tem memória curta!) As pessoas que não sofrem de amnésia ou têm memória curta, por certo se lembram dos bons tempos que trabalhadores braçais, simples pedreiros e outros operários da construção civil, quando tiravam férias, por exemplo, viajavam de avião. Isso mesmo! Visitavam parentes no Nordeste e em outras regiões distantes, se deslocando de aeronaves – o que, por sinal, desagradava setores elitistas e preconceituosos da sociedade que ficavam indignados. Por egoísmo classista e por não gostar de compartilhar esses espaços, seja em terra, nos ares ou nas alturas, com pessoas do “andar de baixo”... Para essa gente das "elites", pobre tinha que viajar, quando muito, é em ônibus velhos... Conforme, aliás, voltou acontecer atualmente em Mato Grosso e no Brasil. “Onde já se viu! Aeroporto virar rodoviária!!!” Aí surgiu Lula e, com ele, programas de fomento ao turismo interno. E o povão, além de lotar supermercados e consumir produtos com os quais nem sonhavam antes, passou a viajar de avião! Essa nova realidade, boa para uma grande maioria, inclusive para a economia que acabou sendo alavancada com a inclusão de cerca de 40 milhões de brasileiros, naquela época, que passaram a fazer parte da sociedade de consumo e hoje estão excluídos desse segmento! Mas, infelizmente, havia também os que torciam o nariz quando se deparavam com pessoas humildes nas filas de embarques, à espera de pegar um voo... No entanto, nesses tempos atuais de aumento de “filas de ossinhos”, não só a comida desapareceu da mesa de um imenso contingente de pessoas, como também viagens... Isto porque, a inflação dos serviços, entre os quais passagens aéreas no Brasil, contabilizou de junho para julho, a maior alta em 12 anos no País para o setor. Os números foram divulgados nesta terça-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A inflação de viagens de transporte aéreo, em 12 meses, aumentou 77,68%, a mais alta entre os serviços pesquisados pelo IBGE. Para as classes mais abastadas e, obviamente, com maior poder aquisitivo, a carestia não impede-as de viajar. Já quanto aos milhões e milhões de alijados economicamente, que reduziram drasticamente seus ganhos ou estão sem ganho nenhum, mal resta andar a pé!