DESTRUIÇÃO DISPARA: Área desmatada da Amazônia é a maior em 15 anos,; sucateamento de fiscalização e "vista grossa" causam danos trágicos sem paralelo na história recente dos trópicos

DESTRUIÇÃO DISPARA: Área desmatada da Amazônia é a maior em 15 anos,; sucateamento de fiscalização e
Foto arquivo internet Por Mário Marques de Almeida Entre agosto de 21 e julho de 22 foram derrubados 10.781 mil km2.  Na atual gestão federal,  com o sucateamento deliberado dos órgãos de controle e fiscalização ambientais e a famosa "vista grossa" de autoridades sobre crimes contra a natureza e o meio ambiente, devastação de florestas adquiriu proporções alarmantes. Os danos podem ser irreparáveis para a fauna, a flora e a própria vida humana. No que se refere especificamente à supressão de áreas verdes, segundo especialistas, o Brasil pode estar sendo submetido a uma catástrofe sem paralelo na história recente dos trópicos, provocada pela ação de humanos (no caso, com a conivência e até incentivo de governantes) e não por fenômenos a causas naturais. Se essa sanha destruídora não for contida logo, as consequências, inevitavelmente, serão severas - e não se trata de alarmismo infudado de supostos "esquerdistas" e militantes ecológicos, conforme tentam fazer crer os defensores do apocalipse moderno.  Os arautos do negacionismo e que se contrapõem à ciência e seus avanços.  Saiba mais, lendo dados e levantamentos do Imazon, uma instituição que prima pela seriedade e rigor de seus estudos e observações: A Amazônia registrou mais um recorde negativo no chamado "calendário do desmatamento", entre agosto de 2021e julho de 2022, com 10.781 quilômetros desmatados no período, mostrou o relatório do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) nesta quarta-feira (17). "Essa foi a maior área devastada dos últimos 15 anos para o período, sendo 3% superior à registrada no calendário passado, entre agosto de 2020 e julho de 2021", reforça o órgão. O calendário é feito de agosto a julho porque esse é o período em que há menor frequência de chuvas na região e, comumente, há mais desmatamento em toda a área amazônica. Segundo o Imazon, essa é a segunda vez consecutiva que a devastação passa dos 10 mil km². Somando os dois períodos, entre agosto de 2020 e julho de 2022, foram desmatados 21.257km², quase o tamanho do estado do Sergipe. O relatório do Imazon ainda aponta os dados apenas deste ano, que também registram a maior destruição em 15 anos. "Comparando os períodos de janeiro a julho, a área de floresta perdida neste ano cresceu 7% em relação a 2021, passando de 6.109 km² para 6.528 km². Isso significa que, somente em 2022, a região já viu um território de mata semelhante a cinco vezes a cidade do Rio de Janeiro ser posto abaixo", destaca. O Imazon aponta que nem a redução no desmatamento em julho de 2022 na comparação com o ano passado pode ser comemorada. Os 1.739km², que representam uma queda de 17% com julho de 2021, ainda são o segundo maior valor para este mês em 15 anos. Outro ponto levantado é que 40% de toda a destruição ocorreu na chamada "região Amacro", que concentra 32 municípios na divisa entre os estados do Amazonas, Acre e Rondônia. Mas, o Pará segue como líder entre os estados que mais desmatam a área amazônica, sendo que nos últimos 12 meses foram derrubados 3.858km² de mata. No comunicado, a pesquisadora do Imazon, Bianca Santos, aponta que "o aumento do desmatamento ameaça diretamente a vida dos povos e comunidades tradicionais e a manutenção da biodiversidade na Amazônia [...], além de contribuir para a emissão de carbono em um período de crise climática". "Relatórios da ONU já alertaram que, se não reduzirmos as emissões, fenômenos extremos como ondas de calor, secas e tempestades ficarão ainda mais frequentes e intensos. Isso causará graves perdas tanto no campo, gerando prejuízos para o agronegócio, quanto para as cidades", pontua ainda Santos.