Por Mário Marques de Almeida ESCLARECIMENTO: O Datafolha é um dos mais respeitados institutos de pesquisas de intenção de votos do Brasil e da América Latina. Suas aferições e análises são sempre aguardadas com grandes expectativas pelo meio político, empresarial, jornalístico e de marketing envolvidos, direta ou indiretamente, em campanhas eleitorais, entre outros profissionais, pessoas e instituições interessadas em disputas do gênero.  Seus levantamentos estatísticos, pelo rigor reconhecido que impõe a seus trabalhos, pelo histórico de margem de acertos,  trazem resultados que servem de bússola para quem deseja interpretar o sentimento da população brasileira a respeito de candidaturas e as propostas e ideias que estas defendem. A partir da divulgação dos números, nesta quinta-feira (17), além das esperadas deturpações e faknews que serão disseminadas por grupos e segmentos descontentes com o resultado e, obviamente, interessados em desacreditá-lo, por outro lado, também o Datafolha já está embasando comentários e avaliações de cientistas poíticos e jornalistas especializados, blogueiros, influencers e de responsáveis pelas estratégias de campanhas já em curso. Feita a explicação sobre a seriedade da fonte, veja agora os números: Datafolha: Lula mantém liderança com 47% e pode ganhar no 1º turno; Bolsonaro tem 32% O presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu a diferença para o líder da corrida no primeiro turno da eleição de outubro De acordo com a pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira (18), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manteve a liderança com 47%. Jair Bolsonaro (PL) avançou e chegou a 32%. O presidente Jair Bolsonaro (PL) reduziu a diferença para o líder da corrida no primeiro turno da eleição de outubro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para 15 pontos. Em maio, a distância era de 21 pontos e, em julho, de 18. O ex-presidente tem 47% dos votos, ante 32% do atual titular do Planalto. Segundo a mais recente pesquisa do Datafolha, Ciro Gomes (PDT) aparece em terceiro, com 7%, seguido por Simone Tebet (MDB), com 2%. O instituto ouviu 5.744 eleitores em 281 cidades. O levantamento mostra que Lula ainda mantém as chances de ganhar no primeiro turno por uma margem estreita. Ele soma 51% dos votos válidos, excluindo os 6% de brancos e nulos. Completam o quadro Vera Lúcia (PSTU, com 1%), e Leonardo Péricles (UP), Felipe D'Ávila (Novo), Soraya Thonicke (UB), Eymael (DC), Roberto Jefferson (PTB) e Sofia Manzano (PCB), que não pontuaram.  A pesquisa mostra que Lula vai melhor entre os mais pobres, os que se declaram pretos e os que vivem na região Nordeste. Já Bolsonaro tem melhor desempenho entre os mais ricos, os brancos, os evangélicos e os que vivem na região Norte. A pesquisa Datafolha ainda apontou que o ex-presidente Lula ganharia de Bolsonaro em um eventual segundo turno. Segundo o instituto, Lula tem 54% dos votos e Bolsonaro 37%. Brancos e nulos são 8%. A diferença entre os dois é de 17 pontos percentuais. Embora tenha sido detectado um avanço de Bolsonaro, atribuído em parte ao pacote de "bondades", como os auxílios financeiros temporários decretados às vésperas das eleições pelo candidato do PL, Lula lidera em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro - os três maiores colégios eleitorais do País - e vence com grande folga no Nordeste. Outro fato que, segundo se observa, influenciou no crescimento da aceitação de Bolsonaro é a forte ofensiva que este e seus seguidores vem fazendo no sentido de "demonizar" Lula, ou seja,retirando a disputa política do campo ideológico e partidário para enfurnar o debate democcrático em um viés religioso - terreno onde costuma vicejar doses elevadas de fanatismo.