DA FICÇÃO À REALIDADE: Exaltado na novela Pantanal, Agrofloresta se destaca em Mato Grosso

DA FICÇÃO À REALIDADE: Exaltado na novela Pantanal, Agrofloresta se destaca em Mato Grosso
Redação, com informações de o Globo Rural Em Mato Grosso, campeão no País de lavouras em grande escala de soja e milho, além de imensas pastagens para criação e engorda de gado de corte, o modelo consorciado de agrofloresta, que busca harmonia e equilíbrio maiores com a natureza, vem se expandindo - o que fere aspectos econômicos da lógica capitalista de maximização de lucros e aumento da lucratividade. O Estado é hoje exemplo no Brasil do conceito de exploração econômica com base em princípios agroflorestais. No remake de “Pantanal”, em exibição na TV Globo, Jove (Jesuíta Barbosa) e Zé Leôncio (Marcos Palmeira) discutem sobre a forma de tocar a fazenda de forma mais sustentável. Leôncio é mais conservador. Jove tenta colocar novas ideia ao pai. Uma delas, é a implantação de sistema agroflorestal (SAF). A Agrofloresta é um sistema que já vem sendo implantado na agricultura brasileira e vem crescendo, destaca a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Nesse modelo, as atividades agropecuárias são planejadas de forma a, não apenas deixar de impactar negativamente o meio ambiente, mas, também, recuperar as áreas já afetadas pela ação humana. Mato Grosso, estado que lidera a produção de soja e milho no Brasil, é um exemplo. Dados do Censo Agropecuário apontam que as áreas agroflorestais no estado saltaram de 706 hectares para 1700 hectares entre 2016 e 2019. Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), parte dessa expansão se deu integrando produções de frutas e madeira para biomassa no mesmo ambiente. Em nota, Diego Antonio, analista da Embrapa Agrossilvipastoril, explica, em comunicado, que “manter o solo coberto o ano todo oferece condições para a vida do solo se manifestar e trazer equilíbrio para o sistema produtivo. A matéria orgânica bem manejada alimenta a microbiologia do solo, que disponibiliza nutrientes, atua no controle de doenças de solo, retém umidade e evita perdas de solo por erosão”. Além disso, o pesquisador destaca que, pela necessidade de integração das produções, o uso de SAFs demanda tecnologia. Mas ele aponta que tem crescido o interesse nesses sistemas, o que vem se convertendo em incentivos ao sistema produtivo. “Cada vez mais temos políticas públicas federais e estaduais nas quais os SAFs ocupam espaço de destaque. Isso mostra que a influência vai além do desenvolvimento tecnológico em si, mas também da chancela da eficiência da tecnologia como forma de geração de renda aliada a preservação ambiental”, diz Antonio, na nota. Em Mato Grosso, o pesquisador menciona que parceria da Embrapa com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e a Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) tem trabalhado junto com os agricultores da zona rural difundindo tecnologias e prestando assistência técnica voltada à agroecologia. Diego Antonio conta que o objetivo é educar a populaçãoe fazer a manutenção das agroflorestas. Segundo ele, foram criadas unidades de aprendizagem onde são organizadas capacitações, atividades práticas coletivas e visitas técnicas. É incentivado, inclusive, um sistema de economia solidária para comercialização e transporte dos produtos.