DESFECHO DO CRIME: Câmara cassa o mandato do vereador Paccola por quebra de decoro; ele matou agente socioeducativo com 3 tiros pelas costas
DESFECHO DO CRIME: Câmara cassa o mandato do vereador Paccola por quebra de decoro; ele matou agente socioeducativo com 3 tiros pelas costas
|
05/10/2022 - 16:04
Redação
Marcos Paccola matou a tiros, pelas costas, o agente Alexandre Miyagawa, em julho, na Capital.
Por 13 votos a 5, a Câmara Municipal de Cuiabá cassou, na tarde desta quarta-feira (5), o mandato do vereador Tentente-Coronel Marcos Paccola (Republicanos).
O parlamentar foi acusado de quebra de decoro parlamentar pelo assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, que tinha 41 anos.
O crime ocorreu na noite de 1º de julho, no bairro Quilombo, na Capital.
Antes da votação, foram analisados os pareceres da Comissão de Justiça de Redação e Comissão de Ética, que orientaram pela cassação.
Os documentos receberam 14 votos favoráveis, sendo submetidos ao plenário.
Felipe Correia (Republicanos), Luiz Fernando (Republicanos) e Michelly Alencar (UB) se abstiveram da votação dos pareceres.
Paccola fez a própria defesa, durante mais duas horas.
Conforme o regimento interno da Casa de Leis, era preciso a maioria absoluta dos votos para que o mandato dele seja cassado, ou seja, 13.
Paccola pediu justificativa de voto e disse ter se decepcionado com colegas que votaram pela sua cassação e os acusou de integrarem uma “organização criminosa”.
“Com alguns aqui, eu não me decepcionei. Mas vereador Lilo, Sargento Vidal, vereador Rodrigo Arruda e Sá, eu me decepcionei muito. Eu não acreditava que os senhor faziam parte da maior organização criminosa que existe em Cuiabá. E eu vou provar”, disse.
Antes da votação, o vereador tomou a tribuna para falar sobre o processo de cassação. A defesa do vereador se estendeu por mais de duas horas.
Ele citou trechos do inquérito policial, e criticou a relatoria do processo de cassação na Comissão de Ética, feita pelo vereador Kassio Coelho (Patriotas).
Emocionado, com os olhos lacrimejando, Paccola disse não ter ficado satisfeito com o episódio que culminou com a morte do agente.
“Em momento algum me senti feliz ou satisfeito com o resultado, em se tratando principalmente de um colega de profissão. [...] Às vezes, ouvindo minhas falas, não tenham visto as minha lagrimas, nem as da minha família. Mas eu também tenho mãe”, disse o vereador.
Veja como foi a votação na Câmara:
A favor da cassação
Adevair Cabral
Chico 2000
Licinho Júnior, suplente do Pastor Jefferson
Ricardo Saad
Edna Sampaio
Juca do Guaraná
Kássio Coelho
Lilo Pinheiro
Marcos Brito
Mario Nadaf
Rodrigo Arruda e Sá
Sargento Vidal
Wilson Kero Kero
Contra a cassação
Demilson Nogueira
Paulo Peixe, suplente de Eduardo Magalhães
Renato Motta, suplente de Dilemario Alencar
Sargento Joelson
Tenente-Coronel Paccola
Se abstiveram de votar
Luiz Fernando
Felipe Correa, suplente de Diego Guimarães
Michelly Alencar
VAGA NA AL - Marcos Paccola disputou as eleições de domingo (2), buscando uma vaga na Assembeia Legislativa.
Ele obteve 8.839 votos e não se elegeu.
Sua vaga será ocupada pelo suplente Felipe Corrêa (Cidadania).