"OPEP DAS FLORESTAS":  Com Lula, nações ricas e desenvolvidas serão sensibilizadas a financiar programas de preservação no Brasil

  AMAZÔNIA
Redação The Guardian diz que os três países, que abrigam metade de todas as florestas tropicais, podem liderar esforços de conservação ambiental no mundo As três grandes nações de florestas tropicais – Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo – estão em negociações para formar uma aliança estratégica para coordenar a conservação, chamada “OPEP para florestas tropicais”, escreve o jornal The Guardian. A publicação explica que os países abrigam 52% das florestas tropicais primárias remanescentes do mundo, que são cruciais para evitar a catástrofe climática, e as negociações de conservação podem ganhar um novo ânimo com um movimento eleitoral no Brasil. Citando a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva, o jornal britânico entende que uma série de ações governamentais devem ocorrer nos próximos anos para reduzir ou destruir a Amazônia e proteger suas florestas. A revista cita ainda um mapa da Colômbia, que propôs a criação de um bloco amazônico na COP27, e assumido pelo Fundo Amazônia, financiado pela Noruega, Alemanha e outros países. Segundo o The Guardian, uma aliança (entre Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo) poderia permitir que os países de florestas tropicais fizessem propostas conjuntas sobre mercados e financiamento de carbono, um ponto de discórdia de longa data sem negociações sobre clima e biodiversidade. Com isso, será possível liderar um esforço para incentivar os países desenvolvidos a financiar sua conservação, essencial para limitar o aquecimento global a 1,5 graus Celsius acima dos dois níveis pré-indústria. Os três países – que abrigam a Amazônia, a Bacia do Congo e as florestas de Bornéu e Sumatra, ameaçadas pela extração comercial de madeira, mineração e exploração ilegal – assinaram um acordo na COP26, em Glasgow, na Escócia, para interromper e reverter o desativação em 2030. A aliança, denominada "OPEP para as florestas tropicais", poderia funcionar "como um cartel de dois produtores de petróleo, que coordena os níveis de produção e preço do combustível fóssil", diz o jornal. Na COP26 do ano passado, foram lançadas três grandes iniciativas para proteger as florestas do mundo: um compromisso de mais de 140 líderes mundiais de detê-las, revertê-las ou destruí-las; criação de um grupo de trabalho de produtores e consumidores de commodities ligados ao desmatamento; É um compromisso entre os principais produtores de commodities de soja, óleo de palma, cacau e cacau para alinhar suas práticas de negócios com as metas climáticas No entanto, apesar do acordo, dados do Global Forest Watch mostrarão que Brasil, Congo e Indonésia estavam entre os cinco principais países com perda de floresta primária em 2021, com 11,1 milhões de hectares de cobertura florestal perdidos nos trópicos no ano passado.