Miséria e violência são marcas associadas aos garimpos ilegais, além da contaminação da água e solo

Miséria e violência são marcas associadas aos garimpos ilegais, além da contaminação da água e solo
  A contaminação das águas e solos pelo mercúrio usado na transformação do ouro em barras é uma das tragédias trazidas pelos garimpos ilegais e clandestinos em seu rastro de violência e mortes. Por Mário Marques de Almeida Mato Grosso tem um histórico forte de garimpos de ouro e diamante que deixaram cicatrizes profundas na terra, após exaurido o ciclo desse tipo de mineração praticada sem os cuidados ambientais e feita de forma predatória.  As marcas são imensas crateras e buracos enormes que podem ser vistos, em municípios como Poxoréo, no Sul do Estado, e Alto Paraguai, no Médio-Norte. Mesmo passados vários anos da exploração garimpeira, os sinais permanecem até os dias atuais lembrando uma paisagem lunar. Feia e triste! Mais recentemente, nos últimos 20, 30 anos o município de Poconé, na Baixada Cuiabana e considerado uma das portas de entrada do Pantanal, sofreu – e ainda sofre – esse tipo de devastação, com grande parte de suas terras esburacadas por garimpos de ouro, ficando imprestáveis até para serem usadas como pastagens naturais. Nessas cidades, o extrativismo mineral precário trouxe (e tráz) pouco ou nenhum retorno sócio-econômico, haja vista que são habitadas por contingentes de pessoas que não encontram alternativa de trabalho e renda decentes e vivem, em sua grande maioria, de aposentadorias irrisórias e de auxílios governamentais Enquanto outras comunidades mato-grossenses, que não se isolaram economicamente no garimpo, mas desfrutaram de outros processos históricos de desenvolvimento em sua formação, ostentam, mesmo quando enfrentam períodos de crises, níveis de desenvolvimento e formaram uma base de prosperidade. Exemplos desse contraste não faltam em Mato Grosso, separando comunidades pobres de outras ricas e desenvolvidas, com graus satisfatórios de qualidade de vida. É esse tipo de atividade predadora, estribada na garimpagem social e ambientalmente irresponsável, ilegal e criminosa, que avançou Amazônia adentro, feito câncer corrosivo. O resultado é a disseminação da miséria, como a de genocídios contra populações indígenas, a exemplo do que estava ocorrendo com etnia Yanomami, entre outras. Esse contexto de atraso, do qual Mato Grosso hoje se vê livre - é oportuno salientar -, foi grandemente impulsionado em outras áreas amazônicas, nos últimos 4 anos da gestão bolsonarista, que fez vista grossa aos desmatamentos e expansão desmesurada de grilagens de terras e garimpos. Um dado concreto dessa politica nociva e destruidora aponta que a garimpagem clandestina cresceu 700% no governo federal recém-passado!