LÁ E CÁ: Mineração em MT que destrói áreas verdes e “envenena” águas e solos com mercúrio, é pior que o afundamento de bairros em Maceió
LÁ E CÁ: Mineração em MT que destrói áreas verdes e “envenena” águas e solos com mercúrio, é pior que o afundamento de bairros em Maceió
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10/12/2023 - 06:03
garimpos5
*Por Mário Marques de Almeida
Por volta do início da década de 70, com a conivência e acumpliciamento desde então de autoridades locais, o subsolo de uma região povoada de Maceió, capital de Alagoas, começou a ser perfurado para extração de sal-gema, uma matéria prima utilizada na fabricação de soda cáustica, entre outros derivados usados por indústrias químicas.
O resultado desse que pode ser considerado um conluio entre empresários e setores políticos, para exploração irresponsável de jazidas minerais, estão evidentes agora em forma de tragédia anunciada, resultando na evacuação de vários bairros da cidade alagoana, com imagens que mais lembram cidades-fantasmas. Ou um "genocídio social".
Em outro contexto não é muito diferente do que acontece em decantadas terras mato-grossenses, onde grandes áreas de matas e cerrados são destruídas para abrir espaços à garimpagem e mineração de ouro – e esses danos ambientais sendo praticados até nas vizinhanças de Cuiabá, chegando a pontos mais longínquos do Estado.
Mais precisamente, nas cidades de Nossa Senhora do Livramento e Poconé. Situadas em um raio de 100 quilômetros, no máximo, distante da Capital do Estado.
Por estas bandas, é verdade, não se pode dizer que habitantes dessas áreas estão sendo removidos para outros locais. No entanto, os malefícios à saúde humana, da flora e dos animais pode ser até mais graves do que ocorre em Alagoas – em decorrência do mercúrio que essas atividades “mineradoras” despejam no solo e nas águas mato-grossenses. Um “veneno”, por exemplo, que não é utilizado na extração do sal-gema alagoano.
Outro fato em Mato Grosso que remete à Alagoas (mudando apenas o ramo da exploração das minas) diz respeito sobre a estreita vinculação existente entre setores da elite politica local, incluindo parentes de pessoas poderosas no Estado, com várias empresas de mineração de ouro.
E nesse meio, como é comum nesse tipo de mineração, jorra muita lama e material de alta toxicidade, Pantanal abaixo! O que é pior!
• Mário Marques é jornalista e atua no setor de marketing político.