Mário Marques de Almeida Está estampado nos sites da mídia digital e nos noticiários de TVs, o alerta para a onda de calor que deve se abater em Cuiabá e Mato Grosso, neste final de semana, além de outras regiões brasileiras, cujo clima quente, abafado e seco pode ser indutor para várias doenças que matam – o que, aliás, não é novidade, considerando o que vem ocorrendo neste ano de alterações climáticas bruscas e trágicas, tendo como causa o aquecimento global e os consequentes desastres ambientais no Brasil e mundo afora. As pessoas com maior potencial de irem a óbito são idosos e crianças. São muitas as causas que fizeram com que o planeta chegasse a esse ponto de destruição, talvez de não retorno, mas, no caso específico do Brasil, sem dúvida foi a "passagem da boiada"... Um dos resultados pode ser dimensionado por dados do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos) prevendo que as temperaturas em Cuiabá devem atingir os 40°C, o que não é normal no mês de dezembro. Já segundo aponta o Instituto Nacional de Metrologia (Inmet)  a onda calorenta na Capital mato-grossense pode chegar a 42ºC, com sensação térmica até maior. PaísEste ano já é considerado o mais quente da história da humanidade. Neste momento, o Brasil enfrenta a nona onda de calor extremo, com quebra de recortes de temperatura em praticamente todo o território nacional. Nesse cenário global de calor extremo, o Brasil é especialmente vulnerável, tanto pela desigualdade sócio-econômica quanto pela falta de preparo para a nova era climática, consequência acelerada por período dominado pelo negativismo científico e por políticas que refutavam e refutam o aquecimento do planeta, mesmo diante do degelo das calotas polares, e estimularam práticas predatórias. O preço dessa tragédia causada pela insanidade de extremistas começa a ser pago agora. Confira a falência de órgãos tendo como origem temperaturas extremas de calor que são o gatilho silencioso para a falência de sete órgãos vitais: cérebrocoraçãointestinosrinsfígadopulmõespâncreas No calor, o corpo tenta equilibrar a temperatura interna desviando o fluxo sanguíneo desses órgãos para a pele. Dependendo da intensidade ou duração da onda de calor, o mecanismo de autoproteção pode levar ao suprimento inadequado de sangue nesses órgãos vitais, causando isquemias, ataque cardíaco, falência dos rins, coágulos cerebrais formados por causa do desvio do fluxo sanguíneo para a pele etc. A temperatura também altera o funcionamento das enzimas, aumentando o risco de inflamação. A desidratação de vias aéreas aumenta o risco de infecção por bactérias e fungos. Os rins absorvem mais água, o que pode levar à insuficiência renal e infecção urinária.  Pesquisas mostram aumento na mortalidade por "causas naturais" que coincide com as ondas de calor. Em várias partes do país, por exemplo, há um crescimento de 50% no número diário de óbitos quando a temperatura passa dos 29ºC, segundo estudos coordenados pelo patologista Paulo Saldiva, da Faculdade de Medicina da USP. Mortes relacionadas ao clima exageradamente quente são silenciosas e geralmente ocorrem em casa.