Programa de Wilson Santos diversifica informações e já incomoda quem não valoriza a comunicação regional

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Nesta sexta-feira, levado ao ar pela TV Mato Grosso (canal 27), o programa apresentado pelo deputado estadual Wilson Santos, apresentou um “aperitivo” de uma programação diversificada, incluindo aspectos culturais dos modismos e jeito de falar irreverente do que já se convencionou chamar de “cuiabanês”. Ou "cuiabanidade", conforme outras versões. Mesclando cultura com notícias e comentários, sobre fatos do dia e outros acontecimentos que nem sempre agradam a determinados detentores do poder, seja político ou financeiro. Possuidores de mandatos eletivos ou sem. No caso de autoridades revestidas de relevante parcela de poder, está o comandante-geral da Polícia Militar. Uma corporação, aliás, com profundas raízes populares desde os épicos tempos que se denominava de “homens do mato”. Mas falta hoje ao referido comandante geral o discernimento sobre o direito associado à própria sobrevivência das famílias lutarem em busca de um teto – mais do que justa, essa luta –, principalmente considerando o fato de Cuiabá sofrer um grande e desumano déficit de moradias populares. Uma luta (a de um chão para chamar de seu) que não pode ser confundida com demandas políticas e ideológicas. Por ser uma questão de defender um mínímo de dignidade de vida e ser uma bandeira daqueles que ousam  encarar esse desafio se sujeitando a receber "pedradas" e ataques dos insensiveis a esses direitos - como o de ter uma casa própria. E muitos menos podem essas pessoas serem hostilizadas com o carimbo e a discriminação de “grileiros”, até porque foram elas as responsáveis por mais de 60% da ocupação da área atualmente edificada de Cuiabá e onde se encontram grandes bairros, muitos dos quais são comunidades prósperas e geradoras de empregos e rendas. Nesse aspecto, “grileiros” são os que acumulam verdadeiros latifúndios urbanos e sobre eles raramente e quase nunca se volta a mão armada da repressão. Em suma, o comandante-geral da PM precisa entender essas diferenças, sob pena de não o fazendo, lançar nos ombros de quem o nomeou, a pecha de um governante insensível com as reivindicações dos segmentos mais pobres da Capital mato-grossense e seus arredores. O coronel precisa saber que o crescimento urbano de Cuiabá, ao longo de décadas, vem sendo construído pela força de sua gente, independentemente de coloração partidária. Por isso, antes que criticar esse processo de busca por um teto, um pedacinho de chão para construir sua casa modesta, o dito coronel da PM deveria agir sem truculência e em respeito às famílias que buscam um teto. Além de conhecer melhor a própria formação urbana de Cuiabá, que ele demonstra não saber.