REALIDADE MATO-GROSSENSE: Quando o “calote“ se institucionaliza é preciso mudar o discurso ou, melhor, a forma de gestão pública
REALIDADE MATO-GROSSENSE: Quando o “calote“ se institucionaliza é preciso mudar o discurso ou, melhor, a forma de gestão pública
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10/08/2018 - 23:07
Quando pequenos donos de supermercados e mercearias, que venderam material de limpeza e papel higiênico, entre outros produtos, para diretores e coordenadores de escolas estaduais e estão sem receber, é sintoma que o “calote” saiu da esfera da administração estadual e feito um tsunami arrastou junto esses dedicados servidores, que trabalham na ponta do sistema educacional, ministrando ensino. Eles que usaram o próprio crédito pessoal para adquirir, na base da confiança junto a fornecedores, insumos básicos para o funcionamento das unidades onde trabalham.Esses dirigentes de colégios e professores, não podendo recorrer a grandes atacadistas ou redes supermercadistas, que não vendem a prazo para pessoas físicas, a não ser que elas tenham cartões de credito, de preferência débito e gastem seus limites nessas compras, agora passam vexame com donos de pequenas empresas localizadas nos bairros em que se situam as escolas e junto às quais (empresas) puderam comprar fiado.Envergonhados, muitos desses servidores, agora evitam até passar em frente a esses estabelecimentos para não sofrerem maiores constrangimentos que já passaram, pelas cobranças por uma dívida que no fundo não é deles.Assumiram um débito do qual o verdadeiro devedor é o Governo do Estado de Mato Grosso. Usaram seus nomes e mutas vezes da amizade com os donos desses comércios, para adquirir produtos sem os quais as escolas teriam que fechar as portas.Tudo devido a atrasos nos repasses de verbas destinadas às direções dessas escolas e que estavam, ou ainda estão?, atrasadas.Quando essas situações acontecem, o cidadão comum, muitos dos quais são pais de alunos desses estabelecimentos públicos de ensino, no momento em que escuta, lê ou vê falar do aumento de arrecadação do Estado, acaba ficando sem entender nada... mas sente na pele e nos bolsos os custos dessa insolvência estatal.O sentimento que perdura, nessas horas, é de que algo precisa ser feito, e logo, para mudar essa cultura oficial de comprar e não pagar pelo fornecimento de mercadoras, bens ou serviços. Não dando “cano” nos grandes, mas priorizando os médios, pequenos e micros empresários, de todas as áreas e que se já não “quebraram”, estão em vias de quebrar – e não se pode culpar Sival Barbosa nem a crise econômica nacional por isso, até porque a crise no Brasil já está praticamente superada e Silval não é mais governador há quatro anos.É preciso mudar o discurso ou, melhor, a forma de gestão!