Médicos da Santa Casa de Rondonópolis suspenderão atendimentos por falta de pagamento

Médicos da Santa Casa de Rondonópolis suspenderão atendimentos por falta de pagamento
Os médicos da Santa Casa de Misericórdia de Rondonópolis podem suspender todos os atendimentos até que  o Conselho de Administração da Santa Casa apresente uma previsão para a quitação dos valores em atraso ou um planejamento para o pagamento dos débitos. Com essa suspensão, não serão atendidos todos os paciente que pocurarem atendimento médico. Seja do Sistema Único de Saúde (SUS), particulares e de convênios médicos. A medida foi motivada pelo atraso de oito meses nos pagamentos devidos aos profissionais. A categoria aprovou uma paralisação  na última segunda-feira (24.03), durante assembleia realizada para tratar do assunto. Os profissionais que seguem atuando na unidade estão sem receber os honorários desde junho do ano passado. Com a paralisação, só serão atendidos casos de urgência e emergência, evitando assim riscos à população. Nos setores críticos como a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), não serão admitidos novos pacientes e aqueles que estão internados serão assistidos até que haja a alta ou a transferência para outra unidade. Todas as medidas tomadas pelos profissionais foram comunicadas à direção da Santa Casa e aos órgãos competentes, como o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT). Presidente do Conselho, Diogo Sampaio destaca que a grave situação vivida pelos médicos que atuam na Santa Casa se arrasta há meses e chegou a um ponto insustentável. “Estamos acompanhando e atuando para solucionar os problemas desta unidade há mais de um ano. No início de fevereiro, recebemos uma consulta a respeito da paralisação e emitimos um parecer com as diretrizes para que isso ocorra. É inaceitável tamanho atraso e a ausência de qualquer medida que vise a regularização desta dívida”, salienta. Sampaio pontua que os problemas existentes na Santa Casa vão além da questão salarial e colocam em risco até mesmo a segurança do ato médico. “Em novembro do ano passado, inclusive, por unanimidade, o Conselho realizou a interdição ética as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) Pediátrica e Neonatal, do alojamento e da Sala de Parto, pela ausência de profissionais em número suficiente para atender os pacientes que buscam a unidade”. Já naquele momento havia relatos de profissionais que estavam sem receber pelos serviços prestados. “E a promessa da direção era a de que no início do ano esta questão estaria solucionada. Logicamente que isso não ocorreu e os médicos estão no limite, não restando outra atitude que não a paralisação dos atendimentos”, destaca o presidente do CRM-MT. Conselheiro do CRM-MT, o médico Rafael Mederi afirma que desde a interdição a única mudança que ocorreu na situação da unidade foi a troca na diretoria executiva. “Infelizmente, isso não se traduziu em uma resolução de um problema grave e crônico da Santa Casa que é o atraso de pagamento”.