Uma parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) garantirá que a sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Cuiabá anunciou, o investimento de R$ 2,5 milhões para a conservação de sua sede em Cuiabá — a histórica Casa da Sete de Setembro, localizada no Centro Histórico da capital.
A obra será realizada pelo Canteiro Modelo de Conservação de Cuiabá, uma iniciativa conjunta entre a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o próprio Iphan, dedicada à preservação do patrimônio.
A Casa da Sete data do final do século XVIII e, desde a década de 1980, serviu como sede do Iphan por cerca de 30 anos. Ao longo desse período, consolidou-se como um símbolo da atuação do instituto na preservação do patrimônio cuiabano.
Durante a cerimônia de anúncio, o presidente do Iphan, Leandro Grass, destacou a importância das parcerias para a proteção do Centro Histórico, ressaltando a colaboração entre entes federais, governo estadual e municipal. Ele também explicou que o Canteiro Modelo de Conservação é uma ação do governo federal voltada à recuperação de residências de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, integrando assistência técnica, pesquisa e formação de novos profissionais.
"Temos uma joia nesse processo que é a participação dos estudantes universitários, que logo adiante assumirão grandes responsabilidades em suas áreas e que já virão com essa consciência mais profunda sobre o que representa um Centro Histórico preservado, em pé, bem cuidado, para uma comunidade", afirmou Grass.
A professora Luciana Mascaro, coordenadora do projeto na UFMT, apresentou as ações previstas para a conservação da Casa da Sete e reforçou a relevância da conservação do patrimônio histórico. "Essas casas são documentos que mostram a forma de ocupação de Cuiabá, as diferentes fases pelas quais a cidade passou, os sistemas construtivos que foram se transformando desde o período colonial e, agora, ao conservá-las, reforçamos a identidade e os símbolos que representam a nossa cidade", explicou.
Também presente, a presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), professora Rosa Neide, enfatizou o papel dos centros históricos para o fortalecimento da memória coletiva. "Quem não conhece a sua história passada tem uma dificuldade muito grande de conhecer o presente e projetar o futuro. De mãos dadas, Cuiabá vai devolver ao seu povo o seu patrimônio da melhor forma", completou.
Após a cerimônia na Casa da Sete, a comitiva do Iphan visitou a residência de Mameto Synavanju (Mãe Viviane), presidente do Nzo Nvanju Terreiro de umbanda Vovó Chica de Guiné, uma das beneficiadas pelo Canteiro Modelo de Conservação. Viviane comemorou a iniciativa: "O pessoal do canteiro faz uma valorização da nossa história. O projeto veio para nós, moradores daqui, como uma equipe que trabalha com amor para a preservação de todo o patrimônio. Estou muito feliz de ter esse apoio e pretendo transformar esse espaço em um museu da história afro-cuiabana no futuro", declarou.
Encerrando a agenda, o presidente do Iphan e sua equipe seguiram até o Casarão de Bem-Bem, onde firmaram um novo acordo no valor de R$ 4,5 milhões para a conclusão das instalações do Instituto Ciranda, projeto que oferece aulas gratuitas de música para a população cuiabana.