DPEMT lança podcast com linguagem simples para explicar atuação do órgão na defesa da população

DPEMT lança podcast com linguagem simples para explicar atuação do órgão na defesa da população DEFENSORIA

A Defensoria Pública do Estado de Mato Grosso (DPEMT) lançou, na última quarta-feira (9), o podcast “Xô, Juridiquês!”, que busca levar informação de qualidade e linguagem acessível, para que a população entenda seus direitos e saiba mais sobre a atuação do órgão.

O podcast vai contar com um episódio mensal e três cortes (vídeos curtos com destaques) nas mídias sociais da Defensoria todo mês.

Publicado ontem (9) no canal da DPEMT no YouTube, o primeiro episódio abordou o combate à violência contra a mulher, com a participação da defensora pública-geral, Luziane Castro, e da defensora pública Rosana Leite, coordenadora do Núcleo de Defesa da Mulher (Nudem).

“Nós fazemos a defesa não só das mulheres vítimas de violência doméstica. Fazemos a defesa de todas as mulheres que sofrem violência de gênero, dentro e fora de casa. É uma defesa muito mais ampla, de toda e qualquer mulher que sofra violência, preconceito”, enfatizou Rosana.

Em seguida, a defensora pública-geral explicou que antes mesmo do Nudem ser criado em Mato Grosso, em 2014, a DPEMT já atendia vítimas de violência e que o Núcleo deu ainda mais destaque a essa atuação.

“Temos que unir forças, trabalhar em rede, desde a infância, focar na educação, quebrar o ciclo da violência. As crianças precisam entender que não é normal agredir mulheres. Mas, às vezes, elas veem isso no ambiente em que vivem e acham que isso é natural”, destacou Luziane.

Um dos temas debatidos foi o fato de Mato Grosso ter a maior taxa de feminicídios do país. Em 2023, o estado registrou 2,5 mortes para cada grupo de 100 mil mulheres, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

No ano passado, os crimes de feminicídio deixaram 83 crianças sem mãe no estado, conforme dados da Polícia Judiciária Civil (PJC-MT). Das 47 mulheres que foram mortas, 41 eram mães.

“É ruim, mas também é um sinal de alerta. Temos que ter uma efetivação de políticas públicas, que passa por uma série de mudanças. Um foco que temos trabalhado muito é a questão da educação. São mudanças culturais. Se temos um índice alto, é porque a cultura aqui está arraigada de uma forma diferente, com a mulher sendo tratada como se fosse propriedade, em segundo plano”, sustentou a chefe da DPEMT.

Para a coordenadora do Nudem, o trabalho da Rede de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres é essencial para atender as vítimas e reduzir os indíces de violência de gênero.

A Rede é formada por um conjunto de ações e serviços de diferentes setores (assistência social, justiça, segurança pública e saúde), para ampliar, melhorar a qualidade e humanizar o atendimento, a identificação e o encaminhamento adequado das mulheres em situação de violência.

“Somos referência no Sistema de Justiça. Mato Grosso foi o primeiro estado a aplicar a Lei Maria da Penha. Mas, precisamos que o poder público, que toda a rede atue em conjunto. Essa institucionalização do atendimento da mulher em rede é muito importante”, pontuou Rosana.

Pensando justamente no combate à violência doméstica em todo o estado, visto que o Nudem atua apenas em Cuiabá e não há uma atuação estratégica nessa área no interior, a Administração Superior da DPEMT elaborou uma proposta de criação do Núcleo Estadual de Defesa da Mulher, que já foi encaminhada ao Conselho Superior.

“Formulamos uma proposta inicial e encaminhamos essa proposta para o Conselho Superior, já com algumas atribuições, que vão ser analisadas e validadas. A nossa ideia é começar o trabalho desse Núcleo Estadual ainda agora, em 2025”, revelou Luziane.