O empresário e advogado João Gustavo Ricci Volpato, preso na Operação Sepulcro Caiado, escreveu uma carta manuscrita assumindo a total responsabilidade pelo esquema fraudulento que desviou cerca de R$ 20 milhões dos cofres do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT). No documento, ele inocenta sua mãe, Luiza Rios Ricci Volpato, e seu irmão, Augusto Frederico Ricci Volpato, que também foram alvo das investigações.
A operação deflagrada no dia 30 de julho prendeu ao todo 11 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema. A fraude envolvia a manipulação de processos judiciais, falsificação de documentos e saques indevidos por meio de alvarás judiciais, com uso de empresas de fachada administradas por João Gustavo.
Na carta, João Gustavo declara que as empresas Labor Fomento Mercantil e RV Cobranças estavam sob sua gestão exclusiva, e que seus familiares não tinham qualquer conhecimento ou controle sobre as operações.
Após audiência de custódia, Augusto Frederico segue preso, embora sua defesa negue participação no esquema. Já a mãe, que tem 75 anos, teve a prisão revogada em razão da idade avançada. Outro investigado, a gestante Melissa França Praeiro Vasconcelos de Moraes, foi liberada pelo mesmo motivo.
O juiz Moacir Rogério Tortato, responsável pela audiência, ainda informou que três dos investigados ainda não passaram por audiência de custódia: dois estavam detidos em outros estados e um permanece foragido. Este último é Mauro Ferreira Filho, servidor de carreira do TJMT, considerado um dos principais alvos da operação.
A investigação começou após um bloqueio judicial de R$ 17 mil em uma conta bancária, detectado em janeiro de 2025. O titular da conta, identificado como Luiz Carlos, percebeu que estava sendo réu em nove processos judiciais movidos por João Gustavo, nos quais foram cobradas dívidas fraudulentas que superavam R$ 680 mil, muito acima do valor original de um empréstimo contraído em 2014.
A Delegacia de Estelionato descobriu que o grupo envolvido manipulava os sistemas internos do TJMT para forjar ações judiciais, simular acordos e emitir alvarás para saques de valores inexistentes, desviando milhões dos cofres públicos.
O caso segue sob investigação, enquanto o TJMT busca reforçar a segurança de seus sistemas para evitar novos golpes. A defesa de João Gustavo sustenta que ele assumiu sozinho a responsabilidade, tentando afastar os familiares das acusações.
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