Após um estupro, assassinato, agressões dentro do campus da UFMT em Cuiabá, o Diretório Central dos Estudantes (DCE), Centros Acadêmicos e se reuniram com representantes da Reitoria e entregou oficialmente a Carta Compromisso pela Segurança, documento construído de forma coletiva pelo movimento estudantil, com dez propostas prioritárias voltadas à proteção da comunidade universitária.
A reitora Marluce Souza e Silva recebeu a carta com 10 propostas e promete atender. “ Estamos comprometidos em executar as medidas apresentadas, com transparência e responsabilidade institucional. Isso não é apenas uma carta recebida — é um pacto firmado com nossa comunidade”, reforçou Marluce.
VEJA AQUI AS REIVINDICAÇÕES DOS ALUNOS:
Criação de um comitê permanente de segurança, com participação estudantil efetiva;
Paridade nos conselhos deliberativos;
Reestatização da vigilância e valorização dos trabalhadores;
Instalação de botões de pânico com foco em mulheres e LGBTQIAPN+;
Apoio institucional às vítimas e familiares;
Melhoria da iluminação, transporte e infraestrutura em todos os campi.
AÇÕES DA REITORIA PELA SEGURANÇA
Durante a reunião, a Reitoria apresentou ações já em curso, como a adesão ao programa estadual Vigia Mais, que permitirá videomonitoramento em tempo real vinculado à Secretaria de Segurança Pública. Também foi anunciada a criação de um aplicativo com botão de pânico digital, funcionando apenas dentro da universidade.
OBRAS ESTRUTURANTES
Retomada de obras como o Centro de Vivência, parado há 11 anos;
Reabertura da guarita 2, para garantir acesso digno à Casa do Estudante;
Troca de mais de 1.000 luminárias em Cuiabá, Sinop e Araguaia;
Reestruturação da Secretaria de Direitos Humanos, com foco em assédio e apoio psicossocial;
Ampliação do transporte interno com novos motoristas e extensão do horário do “ligeirinho”.
USO COLETIVO DE ESPAÇOS
O estudante Luiz Paulo, do curso de Arquitetura e Urbanismo, trouxe uma contribuição essencial ao debate, destacando a importância do desenho urbano e da ocupação ativa dos espaços.
“A segurança real nasce da presença das pessoas nos lugares. Quando um ambiente é utilizado, compartilhado e cuidado, ele se torna naturalmente mais seguro. Precisamos pensar os espaços da UFMT como espaços vivos, onde a permanência seja incentivada, não evitada.”
Ele citou o bosque entre o ICHS e o MACP como exemplo de espaço com potencial para se tornar um ponto de convivência.
“Esses lugares já têm vida. Não se trata apenas de revitalizar, mas de adaptá-los para que estudantes queiram estar ali, com conforto e segurança. A própria arquitetura do campus foi pensada para isso. Podemos resgatar esse projeto original.”
Luiz também destacou que cursos como Arquitetura, Geologia, Geografia e Psicologia podem colaborar em propostas que unam pesquisa, extensão e cuidado com os territórios da universidade.
AÇÕES IMEDIATAS
O prefeito do campus, Paulino Simão, confirmou que a reestruturação do sistema de vigilância está em curso e que o campus Jardim Itália também será contemplado.
“Já autorizamos a ampliação do transporte até as 22h, e novos motoristas estão sendo contratados. A troca de lâmpadas também avança. Estamos atuando com agilidade para garantir condições adequadas de circulação e segurança”, disse.
O superintendente do Hospital Universitário Júlio Müller, Reinaldo Gaspar da Mota, reforçou a importância de construir uma cultura de paz.
“Segurança vai além da repressão. É preciso enfrentar desigualdades e construir empatia. A universidade deve ser referência em convivência cidadã.”
Reitoria e alunos devem se reunião outras vezes.
(COM UFMT)
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