O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), reassumiu o comando da Mesa Diretora na noite desta quarta-feira, depois de enfrentar um impasse que durou mais de duas horas e envolveu resistência de parlamentares da oposição. A ocupação do plenário começou ainda na noite de terça-feira, em protesto contra a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, e paralisou os trabalhos da Casa por dois dias.
A retomada aconteceu após intensas negociações políticas. Em troca da desocupação, a oposição garantiu a promessa de que pautas de seu interesse, como a anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro e o fim do foro privilegiado, entrarão na ordem do dia da próxima semana.
Durante o protesto, a base do governo chegou a cogitar a realização de sessões em plenários alternativos, com votações remotas. Motta também considerou suspender temporariamente os mandatos dos deputados que se recusavam a liberar a Mesa Diretora.
A deputada Gisela Simona (União Brasil-MT) acompanhou o momento em tempo real e transmitiu ao vivo pelas redes sociais o desfecho da crise. Ela relatou que, mesmo após o acordo, alguns parlamentares ainda resistiam em deixar seus lugares.
Ao retomar a presidência, Hugo Motta adotou tom firme. Disse que a democracia não pode ser usada como moeda de troca e criticou o uso de pautas eleitorais como ferramenta de desestabilização. Também reforçou a autoridade da presidência da Câmara e defendeu o respeito às instituições.
A crise ainda repercute nos corredores do Congresso. Deputados de diferentes partidos avaliam que o episódio escancarou o clima de tensão política que se instalou no Parlamento em meio à agenda eleitoral.
Copyright © Todos os direitos reservados