A Justiça de Mato Grosso decidiu que o ex-servidor público Benedito Anunciação de Santana, de 40 anos, e seu filho Gustavo Benedito Junior Lara de Santana, de 18 anos, vão enfrentar júri popular pelo assassinato da adolescente Heloysa Maria de Alencastro Souza, de 16 anos. A decisão foi tomada na terça-feira, 5 de agosto, pelo juiz Francisco Ney Gaíva, da 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
Ambos permanecem presos desde a madrugada de 23 de abril, poucas horas depois do crime, e a prisão preventiva foi mantida pelo magistrado. O assassinato aconteceu no dia 22 daquele mês, na casa da vítima, localizada no bairro Morada do Ouro, na capital. O corpo de Heloysa foi encontrado dentro de um poço no bairro Ribeirão do Lipa. Ela foi morta por estrangulamento com um cabo USB, segundo apontou a investigação.
O Ministério Público Estadual informou que o crime foi motivado por ciúmes e insatisfação do ex-companheiro Suellen de Alencastro Arruda, mãe da adolescente. Benedito teria planejado o assassinato, envolvendo não só o filho, mas também dois adolescentes, que respondem separadamente por ato infracional. O plano, segundo as investigações, também previa a morte da ex-companheira.
Além do feminicídio qualificado, os réus responderão por roubo majorado, tentativa de extorsão majorada, lesão corporal em contexto de violência doméstica e ocultação de cadáver. As qualificadoras reconhecem o uso de meio cruel, a impossibilidade de defesa da vítima e a motivação baseada em violência de gênero.
A investigação reuniu provas robustas, incluindo confissões extrajudiciais espontâneas e coerentes, que confirmam a participação de Benedito, Gustavo e dos outros envolvidos. A Justiça agora aguarda a definição da data do julgamento no Tribunal do Júri.
Esse crime chocou a comunidade cuiabana e trouxe à tona novamente a urgência de enfrentar a violência contra a mulher em Mato Grosso. A expectativa é que a decisão do júri possa trazer algum conforto para a família da jovem Heloysa e envie uma mensagem clara de que crimes de violência de gênero não ficarão impunes.
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