A necessidade de tratar a ocupação dos espaços urbanos como qualidade de vida e questão de utilidade pública é essencial para que Cuiabá não se torne intransitável e quase inabitável nas próximas décadas. E isso somente é possível com o envolvimento da Prefeitura de Cuiabá e da Câmara dos Vereadores em discussões com especialistas e entidades da sociedade organizada.
A tese é sustentada pelo arquiteto Almir Sebastião de Souza, diante do recrudescimento das invasões de áreas urbanas, nos últimos anos, em Cuiabá. Ele entende que o Plano Diretor e o Código de Posturas devem ser atualizados para atender às demandas de um município com quase 700 mil habitantes e uma Região Metropolitana com mais de um milhão de almas.
“Se não houver uma ação que comece agora, já, para a otimização dos espaços públicos, vamos chegar em 2050 andando quase que exclusivamente a pé ou de bicicleta, porque o trânsito será infernal. Além disso, há forte tendência de existirem novos bairros, frutos de ocupações irregulares”, argumentou ele, em conversa com a reportagem do Estadão Mato Grosso.
Almir Sebastião argumenta que os congestionamentos enfrentados na atualidade e que causam fortes protestos, nas principais ruas e avenidas da Capital, parecerão “bons tempos”, quando o futuro chegar.
“Caso medidas urgentes não sejam tomadas, os protestos da atualidade por engarrafamentos que ocorrem parecerão brincadeira de criança. Transitar de carro será um desafio ou quase impossível”, justificou Almir.
Procurada pela reportagem, a Prefeitura de Cuiabá informou que o debate sobre organização está no rol de prioridades da administração Abílio Brunini (PL), e reiterou que casos de grilagem de terras não serão tolerados. Porém, não explicou sobre a possível atualização do Plano Diretor e Código de Posturas.
A primeira-secretária da Câmara de Cuiabá, vereadora Katiuscia Mantelli (PSB), assegurou que o tema está em debate desde o início da atual legislatura.
“O Poder Legislativo é a caixa de ressonância da sociedade e, no quesito debate dos problemas da cidade, sem dúvida, temos avançado significativamente”, observou Mantelli, para a reportagem do Estadão.
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