Acusado de matar fonoaudióloga em Sinop tem histórico de esquizofrenia, revela defesa

Acusado de matar fonoaudióloga em Sinop tem histórico de esquizofrenia, revela defesa

A investigação do assassinato da fonoaudióloga Ana Paula Abreu, de 33 anos, ganhou novos desdobramentos após a Polícia Civil confirmar que o acusado, Lucas França Rodrigues, de 22 anos, possui histórico de esquizofrenia. A informação foi revelada pela delegada Renata Evangelista, responsável pelo caso em Sinop, após o pai do suspeito levar à delegacia documentos médicos que atestariam a condição.

O crime ocorreu no último domingo, 24 de agosto, dentro da casa onde o casal morava. Ana Paula foi morta com mais de 20 facadas após uma discussão envolvendo temas religiosos. Segundo a polícia, Lucas enviou à cunhada imagens da vítima ensanguentada no quarto, o que levou à denúncia e acionamento da PM.

De acordo com a delegada, a defesa de Rodrigues alegou que ele sofre de esquizofrenia e também já teria sido internado em clínica psiquiátrica em anos anteriores. “O pai dele esteve presente na delegacia e trouxe um laudo atestando que ele tinha esquizofrenia. Mas isso precisa ser averiguado”, afirmou Evangelista.

A autoridade policial destacou que o simples relato ou histórico médico não é suficiente para caracterizar insanidade mental no momento do crime. “Não estou aqui questionando se ele estava ou não em surto, mas para comprovar que ele praticou o crime sem pleno entendimento é preciso laudo pericial”, explicou.

A defesa do acusado já solicitou um incidente de sanidade mental, recurso que permite que especialistas avaliem se o réu tinha capacidade de discernimento no momento em que atacou a vítima.

O caso levanta novamente o debate sobre o uso de diagnósticos psiquiátricos como argumento em crimes de feminicídio. Em Mato Grosso, ao menos outros episódios recentes tiveram suspeitos alegando surtos ou transtornos mentais como justificativa.

Enquanto a investigação segue, Lucas França Rodrigues permanece sob custódia. Já a família de Ana Paula pede por justiça e acompanha com apreensão os rumos do processo, que deverá contar com perícias médicas para esclarecer a real condição do acusado.